terça-feira, 1 de janeiro de 2013

O Grande Livramento

   1- O Grande Livramento que Deus me deu (Ano: 1994) 

 Bento Bevilacqua  - E-mail: bentomaringa@bol.com.br

       Meu pai, nascido no estado de são Paulo, descendente de italiano. Minha mãe, nascida no estado de Minas Gerais. Meus pais nasceram e se criaram na lavoura, ambos com pouco estudos, já que, naquela época, uma criança entrava na escola e ficava estudando, só até a aprender a ler e a escrever, até o terceiro ou quarto ano e após aprender a ler e a escrever, a criança tinha que sair da escola para ajudar os seus pais na lavoura, já que, naquela época, uma criança começava a trabalhar muito cedo na lavoura. Meus pais moravam em um sitio, próximo a Jandaia do Sul, uma pequena cidade do interior do estado do Paraná, onde foi o local do meu nascimento.
   Após o casamento dos meus pais, eles não planejavam terem uma família grande, o plano deles eram terem somente dois filhos, eles já tinham os dois filhos, um casal, que são os meus irmãos mais velhos, um irmão e uma irmã, com os nascimentos deles, meus pais morando na lavoura, não queriam terem mais filhos, eles queriam somente dois e já os tinham os dois, mas de repente, quando eles menos esperavam, a minha mãe se engravidou, uma gravidez indesejável e com isso veio o meu nascimento, no qual, sou o caçula dentre os irmãos. Isso não me trouxe e nem me trás nenhum problema para mim, ao contrário, eu tenho orgulho disso, porque, eu não nasci pela vontade dos homens, eu não vim a este mundo, pela vontade dos meus pais, más sim, pela vontade de Deus. Quando os meus pais não queriam mais filhos, Deus falou assim: ainda falta um, falta o Bento e graças à Deus, veio o meu nascimento. Assim também aconteceu com o povo de Israel, Israel não foi formado pela vontade do homem, mas sim, pela vontade de Deus, já que, Abraão e sua mulher Sara, já eram ambos de aproximadamente noventa anos e para dificultar mais ainda, Sara, mulher de Abraão era estéril, ela nunca tinha tido um filho em toda a sua vida, e ai, entrou o poder e a força de Deus e com isso, o povo de Israel, não foi formado pela vontade do homem, mas sim, pela vontade de Deus, assim também aconteceu com o meu nascimento, que não foi pela vontade do homem, dos meus pais, mas sim, pela vontade de Deus, eu tenho orgulho disso e não problema com isso. 
    Meus pais morando na lavoura, no município de Jandaia do Sul, interior do estado do Paraná, após o meu nascimento, o meu pai, o qual tenho muito orgulho, por ser um trabalhador, muito honesto e humilde, propôs em seu coração de colocar o nome de Bento, que quer dizer: Bendito, abençoado, aquele que é de Deus, mas acredito eu, que ele nem sabia o significado do nome, mas a minha mãe foi totalmente contrária, ela achava feio o nome e não concordava com o meu pai, mas no dia de fazer o registro no cartório do meu nascimento, o meu pai pegou a sua bicicleta e foi sozinho na cidade e no cartório de registro civil, me registrou com o nome de Bento, chegando em casa, a minha mãe ficou muita furiosa, ela não gostava do nome, ela não me chamava de Bento, mas sim, só de Bentinho. Não que o meu pai me escolheu o nome, mas sim, Deus escolheu o nome e colocou dentro da cabeça do meu pai, o satanás sabendo disso, ele não queria o nome de Bento, ele usava a minha mãe para impedir a colocação do nome de Bento, assim como ele não queria o meu nascimento, colocando nas cabeças dos meus pais, para eles só terem dois filhos, evitando com isso, o meu nascimento. Deus escolheu o meu nome, assim como Ele escolheu o nome de João Batista, cujo pai Zacarias, ficou mudo e os seus familiares queriam colocarem um outro nome, más o pai Zacarias escreveu em uma pequena tábua, assim: Ele se chamará João, que é o João Batista que batizou o Senhor Jesus, conforme vemos em Lucas 1-63
    Eu com um ano de idade, morando em um sitio próximo a Jandaia do Sul, meus pais receberam uma pequena herança e com isso, eles compraram o próprio sitio, um pequeno sítio no município 
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de Assis Chateaubriand, cidade do interior do estado do Paraná. A cidade de Assis chateaubriand estava começando, as poucas casas que tinham eram cobertas de tábuas ou com folhas de coqueiro, não tinha asfalto naquela época, as estradas eram de terra, quando chegava o tempo das chuvas, as estradas ficavam sem condições de tráfego por causa do barro e buracos com atoleiros, em que, os poucos veículos que tinham na época, não conseguiam trafegarem pelas estradas. O pequeno sítio que o meu pai comprou, era todo coberto por matas e com isso, ele teve que fazer o desmatamento no braço e sozinho, para fazer as plantações e criações no sítio. Eu com dois anos de idade, eu fui atacado por uma doença muito grave naquela época, uma doença que matava muitas crianças naquela época, que foi uma grande diarréia, que causa uma grande desidratação na criança, causando com isso a sua morte. Até hoje, essa doença ainda mata muitas crianças em regiões pobres. Hoje se conhece e se faz o soro caseiro que pode salvar muitas crianças, mas naquela época as pessoas, incluindo os meus pais, não conheciam e nem sabiam fazerem o tal soro para a hidratação da criança, e eu, com dois anos estava com essa terrível doença na época, morando no sítio, no meio da mata, com poucos vizinhos e os que tinham ficavam muito longe uns dos outros, porque a região era nova e estava iniciando a colonização. Meus pais já tinham feito de tudo para mim, eles não sabiam o que fazerem mais, a criança com essa doença, não pode comer e nem beber e em poucos dias a criança morre desidratada. A cidade mais perto era Assis Chateaubriand, que ficava aproximadamente cinquenta quilômetros, mas na cidade, não tinha médico e nem hospital naquela época, além do mais, meus pais não tinham dinheiro. Na época da chuva, não tinham transporte, por causa das estradas que eram de terra, sem asfalto e os carros não conseguiam trafegarem por causa do barro e buracos, nem bicicleta podia andar por causa do barro. As pessoas mais antigas conhecem muito bem essa situação. Eu já estava a beira da morte com a minha doença, os meus pais sem dinheiro e sem condições já tinham feito de tudo, não sabiam o que fazerem mais. Um tio meu, chamado de tio Luiz, veio em casa nos visitar e ficou sabendo da minha doença, ele tinha em sua casa um remédio que meus pais não o conhecia, que era um pó marrom com gosto de chocolate, era um santo remédio naquela época, mas os meus pais não tinham e nem o conhecia. Após o meu tio saber da minha doença, ele foi até a sua casa e me trouxe esse remédio, foi o que me curou. Deus permite a doença e provações sim, por causa do inimigo, assim como aconteceu com o Jô, mas Ele dá o escape também, acredito eu, que o meu tio foi enviado por Deus, para ir lá em casa nos visitar e me dar o remédio para me curar da minha doença.
    Veja então que, o inimigo não queria o meu nascimento, colocando nas cabeças dos meus pais para eles só terem dois filhos, os quais eles já tinham. Após eu ter nascido, ele não queria o nome de Bento, colocando a minha mãe completamente contrária ao meu nome e após, me enviou aquela grave doença, naquela época, para me tirar a vida, já que, naquela época, morriam muitas crianças com essa doença, mas graças à Deus, o Senhor tem me abençoado e me livrado de todos esses males, desde a minha infância até o dia de hoje. Após a minha cura, continuamos morando no mesmo sítio, morávamos em uma casa simples, perto de um rio, tenho boas recordações daquela época, não tinha energia elétrica no sitio, não tinha televisão, mas vivíamos bem e felizes. Desde que eu me conheço por gente, nunca vi os meus pais brigando ou xingando um ao outro, isso é uma coisa que me dá orgulho dos meus pais. Meus familiares sendo todos descendentes de italiano, tem uma ligação forte com a igreja de Roma, todos os domingos, meus pais me levavam à missa e também, os meus pais nunca me maltrataram a mim e meus irmãos. O meu tio Luiz, também comprou um sitio ao lado do sitio do meu pai, mas na época em que eu estava doente, o meu tio Luiz ainda estava morando em Jandaia do Sul, logo em seguida o tio Luiz, juntamente com 
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a sua família, veio morar no seu sitio que ele também comprou ao lado do sitio do meu pai, e com isso, eu tinha oito primos para eu brincar, posso dizer, que eu tive uma infância feliz. Não tínhamos dinheiro no sitio, mas também não tínhamos falta de nada, o pai só ia na cidade para comprar certas coisas que não se produzia no sitio, tais como: Açúcar, querosene para a luz (lamparina), calçados, roupas e remédios.      
   Com o passar dos anos, novos vizinhos foram chegando na região, meu pai plantou café e criava umas poucas cabeças de gado que ele tinha e criávamos muitas aves também. Dinheiro no sitio nós não tínhamos, mas também não passávamos fome ou necessidades de nada, pois tínhamos alimentos em abundância no sítio. No início, não adiantava plantar ou criar para vender, pois não tinham compradores, os que moravam nos sítios, plantavam e criavam para os seus sustento também, assim como nós e não tinham cidades maiores perto naquela época, para se vender os produtos produzidos no sitio, graças à Deus, nunca passamos necessidades.
       Eu com sete anos de idade, comecei a ir na escola, já que naquela época, uma criança só ia para a escola, com sete anos de idade e não tinham as creches que se tem hoje, era uma pequena escolinha de madeira, que existia próximo do sitio, com assoalho de tábuas, cujo lápis e borracha caiam debaixo do assoalho da escola, pelos buracos do assoalho, e nós, os alunos, tínhamos que pedirmos licença para a professora Aninha (Ana), para ir procurar o lápis lá fora, lá embaixo do assoalho da escola, não tínhamos uniformes dado pelas escolas, como se faz hoje, não tínhamos comida ou lanche na escola e nem materiais escolares dado de graça, como se faz hoje. Eu não tive uma boa base escolar, isso explica o meu mal português, mas isso não me envergonha de dizer, ao contrario, eu nunca neguei a minha origem, ao contrário, eu tenho orgulho de falar. Muitas vezes, a minha mãe tinha que ir na lavoura ajudar o meu pai e eu como criança, eu não podia ficar em casa sozinho, e com isso, eu ia junto para a lavoura, desde pequeno, desde cedo, aprendi a trabalhar na lavoura, mas não trabalhei muito na lavoura não, porque, quando eu tinha nove anos de idade, meu pai se mudou para a cidade.
   Meu pai tem pouco estudo, mas desde a época do seu casamento, ele sempre teve a intenção de ir morar na cidade para  dar estudos  aos filhos, é aqui, que eu admiro o meu pai, porque ele já pensava grande, mesmo tendo pouco estudo e as condições precárias naquela época 
      Quando nós morávamos no sitio, quando eu tinha sete anos de idade, minha mãe levantava bem cedo, para fazer o café, ela ligava um grande rádio que nós tínhamos, um rádio tocado à pilha, ela ligava o rádio em alto volume, e eu ainda deitado na cama, ficava ouvindo as musicas sertaneja no rádio, naquela época se tocava muito a musica  que é o hino e a canção da cidade de Maringá, que se chama: Maria do Ingá, que deu origem no nome da cidade de Maringá, foi um grande sucesso nos rádios naquela época, os mais velhos sabem muito bem disso, todos os dias, essa musica era tocada no rádio e toda vez que se tocava essa musica, toda vez que eu ouvia essa musica, os meus olhos se arregalavam, o meu coração se alegrava e batia mais forte, eu gostava muito desta musica, eu ia para a lavoura e ficava o dia inteiro tentando cantar essa musica, mas eu só sabia cantarolar assim: Maringá, Maringá. Eu ficava o dia inteiro falando: Maringá, Maringá, era o único pedaço da musica que eu sabia cantar, eu nem sabia que Maringá era uma cidade, eu nem sabia que a cidade de Maringá existia, hoje eu posso dizer: Eis me aqui Maringá, já que por muito tempo, andei vagando por todo o Brasil e nunca parei em nenhuma cidade, eu ficava andando de cidade em cidade, mas no ano de mil novecentos e noventa e quatro eu cheguei aqui em Maringá e fiquei na cidade. Hoje eu entendo, que Deus tinha um plano em minha vida aqui na cidade de Maringá, como se vê nos dias de hoje, que as profecias estão sendo abertas e reveladas através de mim.
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    Quando eu tinha sete anos de idade, que eu ia para a lavoura, ao meio dia, passava um grande avião à jato no céu e deixava aquela trilha de fumaça que vemos no céu, aquele avião para nós, que estávamos na lavoura sem relógio, era como um relógio, pois que, quando ele passava, ficávamos sabendo que era meio dia, eu gostava muito de ver aquele avião passando no céu e voando muito alto, deixando a sua trilha de fumaça e eu ficava de boca aberta, vendo aquele avião passar ao meio dia e com isso, aprendi a gostar de avião, e hoje, graças à Deus, eu sou um piloto de avião monomotor, mas nunca tive a oportunidade de trabalhar como piloto de avião ou de ter um avião                   
    No ano de mil novecentos e setenta e dois, meus pais colocaram empregados no sítio e mudamos para uma pequena cidade chamada de Palmitolândia, no município de Assis Chateaubriand, era uma pequena cidade de aproximadamente três mil habitantes, eu tinha nove anos quando mudamos para essa cidade, foi uma grande mudança em minha vida, já que, lá no sitio eu tinha que ajudar o meu pai na lavoura e também tratar dos animais e na cidade, eu não precisava mais trabalhar na lavoura, a minha vida era só estudar em um colégio bem   melhor e brincar o resto do dia. Fiquei com saudade dos meus primos que ficaram morando ainda lá no sitio, foi uma grande mudança em minha vida, mas aqui, o meu pai estava realizando o seu sonho de dar bons estudos para os seus filhos. Com a venda do café e com a venda de algumas cabeças de gado, o meu pai comprou um fusca novo e levou para a cidade de Palmitolândia e colocou-o como táxi na cidade, já que na pequena cidade, não tinha nenhum táxi. O meu pai foi o primeiro taxista da pequena cidade, aqui houve uma grande mudança na vida do meu pai também, ele que nasceu e se criou trabalhando na lavoura, de um dia para outro, estava trabalhando como taxista em uma pequena cidade. Com a mudança para a cidade, na qual, eu tive uma grande mudança em minha vida, coisas que nós não tínhamos lá no sitio, passamos a termos, tais como: energia elétrica, geladeira, televisão e entre outras coisas mais. Quando eu cheguei na cidade, com nove anos de idade, logo fiz novos amigos, a minha vida era brincar e estudar, eu jogava muita bola com os meus amigos, íamos no rio pescar e tomar banho, mas não fazíamos maldades, não fazíamos coisas erradas. Naquela época a gente não conhecia e nem sabia o que era drogas, graças à Deus, posso dizer que  tive uma infância saudável e feliz. Meu pai trabalhava como taxista na pequena cidade e tínhamos o rendimento do sitio, já que o sitio, estava sendo cuidado por empregado
     No ano de mil novecentos e setenta e sete, eu já estava com quinze anos de idade, o meu pai comprou um sitio, na cidade de Alta Floresta, cidade do interior do estado de Mato Grosso, quase divisa com o estado do Pará, cuja cidade de Alta Floresta, fica aproximadamente oitocentos quilômetros da capital Cuiabá. A cidade de Alta floresta estava começando. De Cuiabá até a cidade de Alta Floresta, era toda estrada de terra, não tinha nada de asfalto,  a cidade tinha aproximadamente dois mil habitantes, o meu pai levou o seu fusca e colocou como táxi na cidade de Alta floresta, no mês de fevereiro de mil novecentos e setenta e sete, já que a cidade estava começando e não tinha nenhum táxi, e com isso, o meu pai foi o primeiro taxista de Alta Floresta, o pioneiro. Quando chegamos na cidade, a cidade só tinha dois bares e  duas lanchonete, tinha só três mercadinhos pequenos, onde poderíamos fazermos as nossas compras. A gente via na rua, muitos peões com machado e moto serras nas mãos, para derrubarem a mata e fazerem plantações e pasto para gados.
     No ano seguinte, no ano de mil novecentos e setenta e oito, foi descoberto ouro na região de Alta Floresta, cidade do interior de Mato Grosso e com isso, a cidade teve um grande desenvolvimento econômico, a cidade cresceu muito com o ouro descoberto na região, pois era grande a movimentação de garimpeiros a procura de ouro na região e com isso, ninguém mais queria trabalhar com derrubada de mata ou trabalhar na lavoura, mas todos procuravam uma atividade ligada ao garimpo de ouro. O meu pai trabalhando como taxista na cidade, ele ganhou 
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um pouco de dinheiro e deu uma casa para cada filho. Eu acredito aqui, que Deus tenha guiado o meu pai para ir morar naquela cidade, já que nós nunca iríamos imaginarmos, que, estaríamos indo para uma cidade, que logo em seguida, no ano seguinte, iriam descobrirem garimpos de ouro na região da cidade e com isso, a cidade ficou sendo conhecida em quase todo o Brasil, pela grande quantidade de movimentação de garimpeiros a procura do ouro.   
     Quando cheguei em Alta Floresta, com os meus quinze anos de idade, eu não trabalhava, eu só estudava e jogava muita bola com os meus amigos, eu tinha uma vida feliz e tranquila morando na casa do meu pai. Eu tinha muitos amigos na cidade, cheguei até a montar um time de futebol, chamado de santos, que na época, chegou ao ponto de ser o melhor time da cidade, eu era o fundador do time, o presidente, o técnico e jogador, a minha vida era muita tranquila naquela época, eu ficava jogando bola com os meus amigos e tomando banho de piscina em um clube, eram as coisas que eu mais fazia na cidade. Logo em seguida, eu arrumei serviço em um escritório de contabilidade e trabalhei três anos no escritório. Eu tinha muitos amigos na cidade, eu jogava muita bola com eles, mas nós não fazíamos coisas erradas e nunca tive envolvimento com drogas. Pensei em ir trabalhar no garimpo, a procura de ouro, e fui, após ficar dois meses no meio do mato, cavar um buraco manualmente de aproximadamente 6x10, com três metros de profundidade e só tirar treze gramos de ouro, que nem deu para pagarem todas as despesas, eu desisti do garimpo, eu vi, que aquela vida ali, não era para mim, eu sabia no fundo, que Deus tinha um plano especial para mim, mas a ida ao garimpo me serviu como experiência para a vida.
     Aos domingos eu ia na missa, na igreja de Roma, só para agradar a minha mãe e meu pai, mas eu sabia que muitas coisas estavam erradas. Quando eu estava estudando à sétima série em um colégio, na cidade de Alta Floresta, eu tinha uma professora que se chamava Josefa, era uma mulher crente, uma evangélica, ela dava aula de ensino religioso que tinha no currículo da escola, era uma professora muito simpática, na aula dela, ela ficava contando historinhas da Bíblia, tais como: a Arca de Noé, Sansão e Dalila entre outras historias da Bíblia, eu não tinha nenhum conhecimento da Bíblia, eu nunca tinha lido a Bíblia antes, mas as historias contadas pela professora Josefa, que Deus abençoe muito à ela, as historias me encantava, eu me sentia maravilhado com as suas historias, era a aula que eu mais gostava. No ano seguinte, não tivemos mais aula da professora Josefa e com isso,  pensei comigo mesmo, que deveria ler a Bíblia e aprender outras historias, diretamente na Bíblia, para que eu possa a aprender essas historias lindas e com isso, peguei uma grande Bíblia que tinha lá em casa, uma Bíblia de católico, que só servia para enfeitar a estante da casa, já que os meus pais por terem poucos estudo, não sabem estudarem a Bíblia e mesmo que eles lessem a Bíblia, não iriam compreenderem nada do que esta escrito. Eu comei a ler a Bíblia em meu quarto, quanto mais eu lia, mais eu entendia a Bíblia, quanto mais eu entendia, mais eu queria ler, me sentia maravilhado com as historias da Bíblia, principalmente como Deus fez o mundo e com a arca de Noé, e com isso, Deus foi me dando um 
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pequeno conhecimento Bíblico, coisa que eu não tinha e através desse pequeno conhecimento, fui fazendo comparações das coisas que estavam escrito na Bíblia e das coisas que tinham na igreja de católico e das coisas que os padres falavam, tais como: na Bíblia fala, que não se pode fazer imagens de nada do que esta no céu e nem na terra, que essas imagens, provoca muito a ira de Deus, mas eu via dentro das igrejas de católicos, muitas imagens e com isso, fui perdendo a fé na igreja de Roma, muitas vezes eu só ia na missa só para agradar a minha mãe e meu pai. Desde criança, nunca gostei de fazer o mal para os outros, o temor à Deus dentro de mim não me deixava e nem deixa eu praticar a maldade para os outros. Acredito eu, que Deus tem colocado aquela professora, a professora Josefa em meu caminho, para me despertar para as Sagradas Escrituras. Eu desde pequeno, eu sempre temi à Deus, tal como: Eu não posso fazer o mal, porque Deus esta vendo e com isso, sempre evitei de fazer o mal, sempre evitei de entrar para o caminho do mal. Eu sempre tive sede dentro de mim, para que pudesse entender mais as coisas de Deus, eu sempre tive sede dentro de mim, para entender as coisas de Deus, qual é a sua vontade e com isso, comecei a fazer pequenos estuda da Bíblia sozinho em casa, com esses pequenos estudos que fiz naquela época, aprendi pouca coisa, mas o básico, tais como: Não fazer imagens e nem ajoelhar diante delas, aprendi como Deus fez o céu e a terra, aprendi sobre a arca de Noé e outras coisas mais, mas somente o básico
    Quando fomos morarmos em Alta Floresta, em Mato Grosso, o meu irmão não pode ir junto com nós, porque ele estava servindo o quartel em Cascavel, uma cidade do interior do estado do Paraná, após ele terminar o seu tempo de quartel, ele foi morar em Alta Floresta também, mas ele não gostou de ficar morando na cidade, que era uma cidade pequena e com poucas oportunidade de trabalho, e com isso, ele foi morar em Manaus, capital do Amazonas, chegando em Manaus, o meu irmão mais velho, comprou um táxi na cidade de Manaus, ele já conhecia a profissão do meu pai, que era taxista e com isso, ele ficou trabalhado de taxista em Manaus por dois anos. Após passado dois anos, ele veio passear em casa, na cidade de Alta Floresta, ele tinha acabado de comprar um segundo táxi, ele em visita em casa, falou para mim, se eu queria ir morar e trabalhar de táxi em Manaus, com o segundo carro que ele tinha acabado de comprar, nessa época, eu tinha completado dezoito anos, eu tinha acabado de tirar a minha carteira de motorista e com isso, aceitei o convite dele, perguntei para a minha mãe e ela deixou prontamente, e com isso, no ano de mil novecentos e oitenta e dois, eu com dezoito anos, larguei a minha boa vida em Alta Floresta, na casa dos meus pais, larguei todos os meus amigos na cidade, larguei o meu time de futebol, o meu time chamado de Santos, larguei a minha vida boa, para enfrentar o desconhecido, eu não pensei bem, porque, se eu pensasse bem em todas as coisas que eu largaria para trás, eu não teria coragem e ir para uma cidade distante e desconhecida, já que, eu tinha todo o conforto dentro da casa do meu pai, e tinha a minha casa própria que ele tinha me dado. Eu acredito que, tudo isso, tem sido o plano de Deus em minha vida, já que, eu sendo o filho mais novo em casa, o caçula, eu nunca tinha ficado longe dos meus pais e quando eu falei que eu queria ir morar e trabalhar de táxi em Manaus, minha mãe e meu pai aceitou de primeira, não tentou me impedir e nem falou uma palavra ao contrário, e eu também, não pesei bem na hora, porque, se eu tivesse pensado bem na hora, talvez eu não teria ido para Manaus trabalhar e estudar, bem longe dos meus pais, e largando a boa vida e os meus amigos para trás, na cidade de Alta Floresta. Naquela época, se eu tentasse explicar para os meus amigos, que eu tinha que sair da cidade de Alta Floresta, porque eu tinha uma missão a cumprir, como se vê no dia de hoje, eles não iriam aceitarem ou entenderem, muitos iriam me chamar de louco, mas essas coisas estão dentro de nós, eu sabia que Deus tinha um plano em minha vida, como se vê no dia de hoje, mas naquele tempo, eu não sabia o que era e nem como seria, que, pela graça, sabedoria e conhecimento que Deus me deu, hoje eu estou ensinando o mundo. Uns eu estou ensinando e a outros eu estou negando ou contradizendo   
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     Chegando em Manaus, no ano de mil novecentos e oitenta e dois, com dezoito anos, estudando na oitava serie, comecei a trabalhar de táxi e a estudar no colégio. Eu sempre tive em mente, que eu tinha que terminar o meu segundo grau, que é o ensino médio hoje, e assim o fiz. No inicio, foi muito difícil para mim, morando em Manaus, em uma cidade grande, longe dos meus pais e amigos, não tinha tempo para mais nada, a minha vida era trabalhar de táxi dentro da cidade de Manaus o dia inteiro, eu não trabalhava parado em ponto, mas sim, ficava rodando sem parar para pegar os passageiros. Eu trabalhava com um fusca, já que, naquela época, no ano de mil novecentos e oitenta e dois, só tinha fusca como táxi na cidade de Manaus. Naquela época, as pessoas não faziam compras no Paraguai, como se faz hoje, as pessoas de todo o Brasil iam fazerem compras em Manaus, a cidade recebia muitos turistas do Brasil e do exterior. Eu sentia muita saudade dos meus amigos e do meu time de futebol, que eu tinha deixado em Alta Floresta, já que eu não podia mais jogar bola e nem tomar mais banho de piscina, vejam então, que a minha vida teve uma grande mudança de uma hora para outra, teve uma grande transformação. Chegando em Manaus, trabalhando de táxi durante o dia e estudando a noite, o meu tempo era muito corrido e com isso, eu evitava ter amigos, eu dedicava todo o tempo com o meu trabalho e os estudos, já que na época, ainda tinha sonho de voltar para a cidade de Alta Floresta, após terminar os meus estudos.
      Eu sempre gostei de avião e  em Manaus conheci a escola de formação de piloto, fiz o curso de aviação, no teste teórico, fui aprovado na primeira vez. Tinham quatorze alunos no meu teste teórico para piloto, e só passou dois, eu e mais um outro aluno, Deus me abençoou para que eu fosse aprovado de primeira, realizando assim, o meu sonho de ser um piloto. Após passar nas provas teórica, tinha que trabalhar em meu táxi, para pagar as horas de vôo, que são caras, eu gostava muito de fazer as aulas praticas de voo, já que nós fazíamos os treinamentos de voo bem  em cima do rio Amazonas, bem próximo ao encontro das águas do rio Negro com o rio Solimões, que dá origem ao rio Amazonas. Após cinco anos de trabalho de táxi em Manaus, eu consegui terminar o segundo grau, que é o ensino médio e saindo como técnico em contabilidade, sendo que hoje, eu posso montar um escritório de contabilidade e também me formei em piloto de avião monomotor, sendo que eu foi o primeiro piloto formado pelo serac-7, já que na época, só existia o serac-6 (Serviço Aviação Civil), foi grande a minha alegria.
    Os meus pais ainda estavam morando em Alta Floresta, meu pai vendeu o pequeno sitio que ele tinha em Assis Chateaubriand, no Paraná, e repartiu em herança entre os seus filhos, eu peguei a minha parte, e comprei três táxi em Manaus, e ele, já tinha me dado uma casa na cidade de Alta Floresta, eu estava até bem economicamente na vida, mas eu já não tinha mais motivação para continuar trabalhando de táxi em Manaus. Eu com a carteira de piloto na mão, eu pensei em ir voar no garimpo, já que, naquela época, muitos pilotos voavam em regiões de garimpos, até sem carteira, já que, naquela época, em muitos garimpos de ouro, no meio da mata, só era possível a chegada de garimpeiros e de mercadorias através de pequenos aviões, só que é uma aviação muita perigosa e sem segurança e fiscalizações e na época também, existiam muitas violências nessas regiões de garimpos, se eu tivesse enfrentado essas situações, eu poderia ter ganhado muito dinheiro como piloto em regiões de garimpos, mas eu sabia, que aquilo ali, não era vida para mim, mesmo sendo um apaixonado por avião, eu sabia que Deus tinha uma missão em minha vida, mas eu não sabia qual era, eu ficava inquieto, como se estivesse faltando alguma coisa em minha vida, eu evitava ter amigos, pois eu sabia, que os tais não iriam me entenderem. Nessa época, já não tinha mais interesse de voltar a morar em Alta Floresta, já que, os garimpos da região não tinham mais ouro e também eu sabia que Deus tinha uma grande missão em minha vida e não era na cidade de Alta Floresta, eu sabia que não tinha mais nada a fazer naquela cidade e também, não tinha mais motivação para continuar morando e trabalhando em Manaus. Vendi os meus três 
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táxi em Manaus, incluindo a casa de Alta floresta, sendo que todas essas coisas foram o meu pai que me deu como herança, eu nunca tinha conseguido comprar nada com o meu próprio dinheiro, só consegui pagar os meus estudos com o meu próprio dinheiro. Eu ajuntei todo o meu capital e foi morar em Boa Vista, capital de Roraima, que fica a uma distância de aproximadamente setecentos quilômetros de Manaus, que na época, era toda estrada de chão, já que em Boa vista, era região de garimpos de ouro também, assim como era Alta Floresta. Chegando em Boa Vista, sem saber o que eu fui fazer lá, eu não tinha nada em mente, Deus não queria que eu fosse naquela cidade, falo assim, porque, para mim ir para Boa Vista eu comprei um carro opala duas portas, enchi o tanque de gasolina, após eu sair do asfalto de Manaus e entrar na estrada de terra que leva a Boa Vista, após eu andar cinco metros, o pneu do opala furou, eu troquei o pneu e voltei para Manaus, para consertar o pneu do carro. Naquela época, de Manaus até Boa Vista, tem aproximadamente setecentos quilômetros, a estrada era toda de terra e só tinham matas nos dois lados da estrada, que é até hoje uma grande reserva indígena e não tem cidades na estrada, porque a estrada, corta uma grande reserva de mata indígena e com isso, não tem cidades e nem povoado próximo da estrada. Após eu consertar o pneu do carro, achei que estava pronto para enfrentar a viagem, na qual, eu estava humanamente sozinho. Quando  iniciei a minha viagem para Boa Vista, estava chovendo, após ter andado aproximadamente cem quilômetros, o meu opala, estava sem a proteção do disco e platô, que fica embaixo do carro, aquele carro estava rodando só na cidade de Manaus, onde ele andava só no asfalto, no momento em que fui andar com ele na estrada de terra, sem a tampa de proteção do disco e platô, a terra com areia lixou e estragou o disco e platô do meu opala e com isso, as marchas do carro não engatava mais, a cidade de Boa Vista, estava há seiscentos quilômetros adiante, a cidade de Manaus estava a cem quilômetros atrás. Na estrada não tinha oficina mecânica e nem cidade, só dois posto de gasolina e com isso, tive que amarrar o meu opala atrás de um caminhão e rebocar o carro até Manaus, para arrumar o carro. Após trocar o disco e platô do carro, colocar a proteção também, achei que estava pronto para ir para Boa Vista e com isso, iniciei a minha viagem novamente, a estrada era toda de terra, não tinha asfalto, tinha muitos buracos na estrada, o carro batia e caia em muitos buracos na estrada, de tanto bater e cair em buracos  que tinha na estrada de terra, quebrou a bandeja do meu opala, e com isso, a roda dianteira do carro não ficava mais alinhada para frente, não tinha mais como andar com o carro, eu estava humanamente sozinho e já tinha andado aproximadamente quatrocentos quilômetros da cidade de Manaus, o carro estava com a bandeja quebrada, no meio da estrada, a qual, só tinha mata nos dois lados, cujas matas eram reserva indígena,  larguei o opala na beira da estrada e fui de carona até Boa Vista, para buscar um mecânico para consertar o meu carro, chegando em Boa vista peguei um mecânico e levei ele até o carro, que estava no meio da estrada, o qual, consertou o meu carro. Após o mecânico consertar o meu carro, passou um ônibus que ia para Boa Vista, o mecânico pegou esse ônibus e foi embora para Boa Vista, só que o mecânico não deixou as rodas da frente do opala bem alinhadas, e com isso, as rodas dianteira do carro iam abertas, e com isso, os dois pneus dianteiro do carro se acabou e não deu de eu chegar até em Boa Vista e com isso, tive que abandonar o meu carro novamente na beira da estrada, para ir novamente até a cidade de Boa Vista, desta vez, para comprar dois pneus. Após colocar os dois pneu no carro, achei que realmente conseguiria chegar na cidade de Boa Vista, mas antes de chegar na cidade, na beira da estrada, tinha um bonito rio, no qual, dava de entrar com o carro na beira do rio, o meu carro estava muito sujo. Na beira do rio tinha muita areia seca e com isso, aproximei o meu carro na beira do rio e lavei ele, que estava muito sujo, após lavar o carro, a areia que estava ao redor do carro, ficou toda molhada e com isso, o meu carro ficou todo atolado 
na areia, no qual, me deu muito trabalho para eu tirar ele dali e com isso, finalmente consegui chegar em Boa Vista
  
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     Após ter chegado na cidade de Boa Vista, logo me hospedei em um hotel simples, no centro da cidade, eu não sabia o que eu ia fazer naquela estranha cidade, após conhecer o dono do hotel, em que eu estava hospedado, o dono do hotel, me propôs de me vender o referido hotel e com isso, resolvi comprar o hotel, era um hotel simples, e eu não conhecia o ramo de hotel, após ter comprado, passei a conhecer a realidade do hotel, tais como: Problema de drogas no hotel, pessoas que se hospedavam no hotel e não pagavam as diárias, eu até poderia organizar aquele hotel e ganhar dinheiro ali, como hotel e restaurante, mas para isso, eu corria até o risco de morrer, eu teria que enfrentar muitas pessoas em uma região que era violenta na época. Aquele hotel, ele foi perturbando a minha vida, eu não tinha paz dentro daquele hotel, coloquei um empregado dentro do hotel, eu não tinha mais paz em minha vida, não sabia se ficava em Boa Vista ou se eu ficava em Manaus, não tinha mais dinheiro, o dinheiro que eu tinha, estava todo investido naquele hotel, larguei o referido hotel na mão do empregado e nunca mais voltei para a cidade de Boa Vista até o dia de hoje, mas com tudo isso, eu nunca me envolvi com coisas erradas, nunca prejudiquei alguém, o meu nome é limpo em todo o Brasil, é limpo em todo o lugar que andei, e de uma hora para a outra, eu estava sem mais nada, eu praticamente fui ao fundo do poço. Hoje eu consigo entender, que Deus não queria que eu fosse morar em Boa Vista, em Roraima, porque Ele não tinha nenhum plano em minha vida naquela cidade. Vejam como foi difícil a minha chegada na cidade com aquele carro, e no final, acabei perdendo tudo naquela cidade, hoje eu entendo, que Deus não queria que eu fosse morar naquela cidade. Hoje eu tenho o entendimento, mas naquele tempo, não tinha, eu não sabia, queria ir na marra e fui e com isso, tive que pagar um preço bem alto, mas dou graças à Deus, porque, apesar de tudo isso, nem um fio do meu cabelo foi tocado pelos meus inimigos. Por mais besteiras que nós fazemos, mas Deus sempre guarda os seus escolhidos
     Após perder todo o meu dinheiro, fiquei no fundo do poço, eu não podia pedir mais ajuda para o meu pai, porque ele não tinha mais condições e já tinha feito muito para mim e com isso, fiquei sem rumo, não sabia mais o que fazer e nem a quem procurar, eu tinha o meu irmão morando em Manaus, mas nós nunca tivemos um bom entendimento e com isso, eu praticamente virei uma pessoa sem rumo e sem destino, eu não tinha onde morar e nem o que fazer, arrumar um emprego em uma cidade e ganhar um salário mínimo, eu sabia que não iria resolver a minha situação financeira, e com isso,  ficava andando de cidade em cidade, por todos os lugares em que andei,  nunca roubei nada de ninguém, porque não foi essa formação que meu pai me deu e além do mais,  sempre temi à Deus, e o temor à Deus dentro de mim, nunca deixou eu praticar o mal. Eu tinha vergonha de pedir e com isso, sofria muito. Eu sabia que tinha uma missão a cumprir, sabia que Deus tinha um plano em minha vida, mas não sabia o que era e nem em que cidade e com isso, eu ficava andando de cidade em cidade, como alguém que procura alguma coisa em uma cidade, mas não sabe o que é e nem sabe em que cidade está.  Eu não tinha paz em minha vida, andava procurando alguma coisa, mas nem eu sabia o que era. Eu tenho um pouco de estudo na vida, em que estudei em Manaus, tais  como: Piloto de avião monomotor e técnico em contabilidade, mas eu sabia, tinha certeza que no momento, Deus não queria eu trabalhando dentro de um escritório de contabilidade e nem trabalhando como piloto com um avião. Eu sabia que eu era uma pessoa diferente, sofri muito, eu evitava entrar em contato com a minha família, porque  não tinha noticias boas para dar a eles e nem tinha dinheiro para o telefone, isto é, eu sofria calado. Eu estava em uma cidade e logo em seguida eu sentia a vontade de ir para uma outra cidade, já que naquela cidade, não encontrava uma resposta para a minha vida. Nessa época, eu não tinha um bom entendimento bíblico, nem sabia orar à Deus, mas o temor à Deus dentro de mim, não deixava  praticar o mal para os outros e nem me envolver com coisas erradas. Se  tivesse me envolvido com coisas erradas e tivesse ganhado dinheiro, se fosse rico, eu acredito que  os meus familiares e amigos, tivessem mais orgulho de mim, mas o temor à Deus dentro de mim, está acima  dos meus familiares e dos meus amigos.
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     Após eu perder todo o meu dinheiro, ficar desempregado e andar por muitas cidades, vagar por varias partes do Brasil, como alguém que procura uma resposta ou um tesouro escondido. Cheguei a cidade de Belém do Pará, cheguei na cidade com uma pequena mala na mão e sem dinheiro, não tinha parentes e amigos na cidade de Belém e nem dinheiro e com isso, foi morar em um bairro pobre e bem afastado do centro da cidade, era um bairro pobre e  com muitas violências e coisas erradas, logo consegui um pequeno quarto para mim morar, estava desempregado e nem carteira de trabalho eu tinha, para sobreviver, fazia pequenos trabalhos, tais como: Limpar terrenos, cavar poços para retirar água, já que naquele bairro não tinha água encanada, assim como eu cuidava de uma pequena horta que tinha feito no fundo do meu quintal. Após conseguir um local para mim morar em Belém, não tinha nenhum plano em mente, eu só queria um local para mim viver em paz, um local para que pudesse guardar as minhas poucas coisas que eu tinha e um local para mim dormir a noite, não tinha grandes ambições na vida, só queria o básico para a minha vida, porque,  já tinha sofrido muito, andando de cidade em cidade e sem ter um local para repousar a noite em paz e sem ter um prato de comida na hora certa.  No bairro que eu estava morando em Belém do Pará, era um bairro pobre, um bairro de muita violência e coisas erradas, mas sempre procurei viver a minha vida sem envolvimento com a malandragem ou coisas erradas, tinha uma vida caseira, evitava sair de casa  me envolver com pessoas que eu não conhecia. Eu evitava me envolver com coisas erradas, pois o temor à Deus dentro de mim, nunca me deixou me envolver com essas coisas e com isso, morando em um bairro pobre e de muitas coisas erradas, muitas pessoas com envolvimentos com coisas erradas, passaram a me verem como um inimigo,  passei a ser uma pessoa suspeita no bairro, uma pessoa que não tinha envolvimento com a malandragem e nem com coisas erradas, eu só queria paz em minha vida, só pensava em recomeçar a minha vida naquele bairro, mas logo, foi visto por muitos moradores do bairro, moradores com envolvimento com coisas erradas, como um inimigo, como uma pessoa que atrapalhavam os seus negócios, mas  nunca me envolvi com essas pessoas, nunca prejudiquei tais pessoas, nunca atravessei o caminho de tais pessoas, eu só queria viver a minha vida em paz. Eu evitava ter amigos, porque eu não confiava em ninguém. De tanto eu sofrer na vida, eu tinha  medo de envolver com pessoas erradas e com isso, quando  pensei que tinha encontrado um local para mim viver feliz, um local para mim viver em paz, estava sendo visto por muitas pessoas como um inimigo, mas que, nunca fiz mal a ninguém, nunca prejudiquei e nem atravessei o caminho de ninguém, mas eu sabia, que, jamais poderia fazer amizade com essas pessoas, já que eu sabia, que essas pessoas, tinham envolvimentos com coisas erradas e o temor à Deus dentro de mim, não me deixava me envolver com tais coisas e com isso, sentia que, o bairro inteiro estava contra mim, isso porque, eu comecei a receber ameaças dessas pessoas, principalmente a noite, onde que, durante a noite, as pessoas passavam perto da minha casa e faziam ameaças, falavam coisas, tais como: Você vai morrer. Você já era. Você esta morto, essas ameaças  foram aumentando, chegando ao ponto de eu não agüentar mais, o pavor tomou conta de mim, eu estava sem dinheiro, sem amigos e sem parentes na cidade de Belém do Pará, e com isso, fui obrigado a largar parte das minhas poucas coisas que eu tinha com um vizinho e sair com um pequeno saco na costa, com um pouco de roupas e os meus documentos, incluindo a minha Bíblia que sempre procurava leva-lo comigo, eu que, pensava ter encontrado um local em que eu ia viver a minha vida, um local para mim começar a minha vida, logo tive que sair às presas com um pequeno saco de roupas na costa, sem dinheiro, sem parentes e amigos na cidade e sem saber para onde ir, assim como aconteceu comigo em Boa Vista, onde perdi tudo e sai com a roupa do corpo, agora em Belém do Pará, também estava saindo as presas de casa, sem saber para onde ir, o meu sonho de começar uma vida nova estava indo por água abaixo. 
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     Todas essas coisas que aconteciam na minha vida, eu não entendia, mas hoje eu entendo, isso porque, eu tinha uma missão a cumprir aqui na terra, como se vê nesses dias, as profecias sendo abertas e reveladas ao mundo através de mim, mas naquela época, não sabia e nem entendia de tais coisas, não tinha nenhum conhecimento bíblico. Eu nunca confiei nos lideres religiosos, eu sabia que tinha e tem muitas coisas erradas que tinha que serem mudadas. Na época, eu sabia que Deus tinha um plano especial em minha vida, eu sabia que,  tinha uma missão a cumprir aqui na terra, mas não sabia qual era e com isso, eu não tinha paz em minha vida,  ficava andando de uma cidade para a outra, mas quando chegava em uma cidade, sentia um vazio muito grande dentro de mim, nem tentava procurar serviço nas cidades em que eu chegava, porque eu sabia, que aquela cidade não era o meu lugar, eu andava de cidade em cidade, como procurando uma coisa que nem eu sabia o que era e nem onde estava
     Eu tenho um pouco de estudo, tal como: Técnico em contabilidade e piloto de avião monomotor e  fui morar em um bairro bem pobre em Belém, em um pequeno quartinho de madeira, nesse lugar que eu fui morar, ali seria muito difícil de arrumar um bom serviço e conseguir dinheiro para resolver a minha situação financeira, mas naquele momento, eu não estava pensando em ganhar dinheiro e resolver o meu problema financeiro,  estava procurando a paz Espiritual que eu não tinha, não tinha sossego em minha vida, no momento, só queria um local para eu morar em paz, um local que pudesse passar a noite, um local em que pudesse guardar as minhas poucas coisas que tinha. Mas quando pensei que tinha encontrado um local para ter paz, os inimigos  daquele bairro se levantaram contra mim, o espírito maligno que estava dentro daquelas pessoas, fez com que elas se levantassem contra mim e quando  pensei que tinha encontrado paz naquela bairro de Belém do Pará, fui obrigado a largar parte das poucas coisas que tinha com um vizinho e sair as presas de casa, com um pequeno saco nas costas, com um pouco de roupas e os meus documentos.
    Quando fui morar naquele bairro em Belém do Pará, é como se eu estivesse querendo me esconder de Deus, isto é, como se eu estivesse querendo fugir da minha missão, assim como o Jonas queria fugir da presença de Deus, para não ir pregar em Társis, conforme vemos em Jonas 1-3, no qual, ele se escondeu dentro de um navio, para fugir da presença de Deus, com medo de ir pregar em Társis, mas o Jonas, ele sabia da sua missão, que era pregar em Társis, na cidade de Nínive, o que ele acabou fazendo no final, conforme vemos em Jonas 3-1 à 3-10, mas no meu caso, eu não sabia qual era a minha missão, sabia que eu era um pessoa diferente, sabia que Deus tinha uma missão em minha vida, mas não sabia qual era e de tanto sofrer por todo esse  Brasil, andando de cidade em cidade, passando fome, chegando a noite e não tinha um local quente e seguro para passar a noite, quando chegava pela manhã não tinha um café para mim tomar, na hora do almoço e da junta, não tinha um prato de comida e nem dinheiro para comprar e eu não roubava nem para comer,  porque o temor à Deus dentro de mim, não permitia que venha a fazer tais coisas e pedir eu tinha vergonha. Andando por muitos lugares, passei muita fome e frio, o meu sonho, era ter um local para mim morar, um local para  dormir a noite e guardar as minhas poucas coisas que tinha, e quando consegui um pequeno quarto de madeira naquele bairro de Belém do Pará, eu não passava mais frio e nem fome, já que, fazia pequenos serviços para os vizinhos, ganhava muito pouco, mas dava para mim comer e no momento que tive que largar tudo e sair sem destino, sabia que o sofrimento estaria voltando tudo novamente, já que eu não tinha parentes e nem amigos naquela cidade e sem dinheiro. Coisas estranhas aconteciam em minha vida, mas não sabia o que era, hoje eu entendo, foi o que o Pedro falou em: 1São Pedro 4-12, em que ele fala: Amados, não estranheis as ardentes provas que vem sobre vós, para vos TESTAR, como se COISAS ESTRANHAS vos acontecessem. Após Deus me dar o conhecimento e sabedoria, passei 
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a entender todas essas coisas, mas naquela época,  não tinha nenhum conhecimento da Bíblia, eu não sabia e nem entendia todas essas coisas estranhas que aconteciam comigo, mas, após passar por todas essas coisas, eu sabia que Deus tinha um plano em minha vida, mas não sabia qual era, foi ai, que eu comecei a estudar a Bíblia, para mim descobrir a vontade de Deus.
      Uma coisa eu aprendi na vida: Se Deus tirar a tua paz Espiritual, se uma folha seca cair atrás de você, você sai fugindo como um coelho assustado, mas também, se Deus te der a paz Espiritual, pode vir todo o mundo contra você, nada pode te assustar. Dou o exemplo de Davi, quando Deus tirou a sua paz Espiritual, ele andava fugindo do rei Saul, pelas montanhas. Davi sofria muito, ele não tinha paz, ele andava angustiado, conforme vemos de 1Samuel 19-1 até 1Sam.24-22. Quando Davi pecou contra Deus, Deus ofereceu três castigo para Davi, entre esses três castigo, estava que, Davi seria caçado e perseguido pelos seus inimigos por três meses, conforme vemos em 2Samuel 24-13, mas Davi não aceitou esse castigo, porque ele já tinha sofrido muita perseguição dos seus inimigos e só quem e perseguido, sabe muito bem como é triste, você não tem paz na carne, por causa do frio, fome e dor e nem tem paz Espiritual e pelo motivo de Davi ter sofrido muitas perseguições, ele não aceitou o castigo de ser perseguido novamente pelos seus inimigos, durante seis meses, mas também, quando Deus deu paz de Espírito para ele, ele reinou em paz e livre de todos os seus inimigos, fazendo justiça aos pobres, em todo o seu reinado, como Rei, é por isso, que Davi foi muito amado de Deus, porque ele fazia justiça aos mais pobres e necessitados, conforme vemos em  2Samuel 8-15        
     Continuar morando naquele bairro em Belém, eu sabia que não tinha mais condições, as provocações e ameaças, foram aumentando, tal como: Um rapaz pegou um revolver e mostrou para mim. No ultimo dia, um rapaz chegou perto de um outro e falou assim: Vocês ainda não mataram o cara, mesmo de longe consegui ouvir a conversa deles e com isso, não aguentei mais, neste mesmo momento resolvi sair de casa, deixei umas poucas coisas que eu tinha com um vizinho, coloquei um pouco de roupas dentro de um pequeno saco, incluindo a minha Bíblia e meus documentos e tive que sair de casa, com muita dor no coração, pois já tinha sofrido muito pelo mundo a fora e sem destino, sem ter um local para passar a noite e estava saindo mais uma vez, com um pequeno saco de roupas nas costas, sem nenhum centavo no bolso, sem saber para onde eu estava indo, não tinha nem tomado o café da manhã ainda. Alguém poderá falar que eu estava passando por uma crise de perseguição, mas isso é coisa de drogados, coisa que eu não era e nunca fui em toda a minha vida, graças à Deus.
     Após eu sair de casa com o meu pequeno saco de roupa nas costa, logo veio um rapaz por detrás de mim e me perguntou o que eu estava levando naquele saco, que eram as poucas roupas, os documentos e a Bíblia, mas ele estava sobre o efeito de drogas, não respondi nada e fingi que não entendi o que ele falou e continuei andando, o meu pensamento e destino era ir para o centro de Belém, se alguém me perguntasse o que eu iria fazer lá, eu não sabia, eu só sabia, que tinha que sair de casa, mas  não sabia para onde ir. Sem dinheiro, sem parentes e sem amigos na cidade, materialmente não tinha nada a perder, mas o que me doeu muito, foi perder o meu pequeno quartinho onde eu tinha um lugar para guardar as minhas poucas coisas que tinha e era um local também em que poderia passar a noite, já que eu, tinha sofrido muito por todos os lugares em que tinha andado, e após sair de casa, eu estava vendo tudo começar novamente, o sofrimento era grande, mas sofria calado. Quando  estava morando naquele bairro lá em Belém do Pará, bastaria eu fazer amizade com aquelas pessoas e me envolver com elas, teria uma vida bem mais fácil, mas nasci e me criei em uma família honesta, graças à Deus,  tenho o exemplo de casa para seguir e jamais, de uma hora para a outra, eu iria me envolver com pessoa e coisas erradas. No inicio, eu 
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confiava muito na minha honestidade, mas a minha honestidade, vinha pelo meu temor à Deus e com isso, Deus sempre esteve me guardando e protegendo, graças ao bom Deus. Eu acredito, que, existem pessoas honestas, mas que não temem à Deus ou que não acreditam Nele, ao contrario de mim, que eu era e sou honesto e sempre temi à Deus, já que, esta escrito, que o temor à Deus é o principio da sabedoria (Salmos 111-10)   
    Após chegar no centro de Belém, logo pela manhã, acredito que a noticia sobre mim se espalhou rapidamente entre eles  e com isso, essas pessoas, no qual  não devia nada para elas, nunca tinha feito nada de mal a elas,  nunca tinha prejudicado em nada essas pessoas, elas começaram a me perseguirem no centro de Belém, como um coelho assustado. Conforme já disse, eu nunca tive síndrome de perseguições, porque isso é coisa de drogados e eu nunca fui um drogado e nem estava drogado. Muitas pessoas envolvidas com coisas erradas, naquele dia, no centro de Belém, se uniram em perseguições contra mim, isto é, me colocaram um cerco no centro da cidade, que humanamente sozinho, sem dinheiro, não tinha como escapar, já que, o centro da cidade de Belém é todo cercado por um grande rio, existindo somente uma saída por terra, que é a rodovia Belém-Brasília. Quando  falo que eles colocaram um cerco sobre mim, no centro de Belém, você pode não acreditar ou pensar que eu estava perturbado, mas vou te provar, que eu não estava perturbado não, e nem com síndrome de perseguição, tais como: Quando eu estava andando no centro de Belém, de um lado para um outro, um rapaz passou perto de mim e falou assim: Agora é tarde demais. Um outro passou perto de mim e falou assim: Você vai morrer. Um outro passou perto de mim e falou assim: Você esta ferrado. Um outro rapaz, estava tentando tirar a minha foto no centro de Belém, quando vi ele, ele ficou todo envergonhado e sem jeito, não sei se ele tirou a minha foto. Eu acredito que eles colocaram um cerco sobre mim, para me pegar à noite, já que à noite, tem poucas pessoas na rua, já que durante o dia, eu procurava ficar no meio das pessoas, era onde eu me sentia mais seguro, mas sabia também, que a noite logo iria chegar, acredito que eles iriam me pegar a noite, para me matar ou para fazer um grande medo ou ameaças para mim, tal como: Olhar o que eu estava levando dentro daquele pequeno saco que  levava sobre a costa. Eu estava sofrendo muito e nem sabia o porque, é como você pegar uma criança de dois anos e começar a bater nela, ela sabe que esta apanhando, mas não sabe o porque, assim era comigo também, já que,  nunca tinha me envolvido com a malandragem por todo o lugar que eu tinha andado e nunca tinha prejudicado alguém, até evitava fazer amizade com pessoas que eu não conhecia, só para evitar confusão e para evitar a me envolver com coisas errada
      No centro de Belém, com o cerco e perseguição que eu estava sofrendo, o meu medo foi tão grande, que  tirei a minha Bíblia que estava dentro do pequeno saco de roupa, que estava levando nas costas e comecei a andar com ela na mão, no centro de Belém e um rapaz passou perto de mim e falou assim: Vamos ver se a Bíblia vai te salvar, aqui esta mais uma grande prova, que eu estava sendo perseguido no centro de Belém, que eles colocaram um cerco sobre mim, de uma forma que, dificilmente você consegue escapar, já que eles se comunicam com rádios e telefones e tem carros e motos, e eu estava a pé e sem dinheiro no bolso. No momento em que eu tirei a Bíblia do saco, que eu levava na costa e comecei a andar com ela na mão, em que passou um rapaz perto de mim, e falou: Vamos ver se a Bíblia vai te salvar, hoje eu entendo, que aquelas pessoas, já  não estavam mais desafiando eu, mas sim, elas passaram a desafiar à Deus, mas no dia e na hora eu não entendia essas coisas, não tinha cabeça para pensar em tais coisas, eu só confiava em Deus. Eu era uma presa fácil,  estava como um coelho assustado,  não tinha um lugar seguro para ficar, não tinha nenhum centavo no bolso, nesse momento também, não confiava mais em ninguém, não podia contar com a ajuda de ninguém, já que,  não tinha amigos, parentes e familiares naquela 
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cidade e se eu fosse contar o meu caso para muitas pessoas, eu sabia que eles não iria acreditarem, iriam me chamarem de louco ou perturbado e nada poderiam fazerem para me ajudar. Humanamente eu estava sozinho, sem ter uma pessoa que pudesse me compreender ou me ajudar, eu estava com fome, já que, durante todo o dia, não tinha comido nada, não tinha nem tomado o café da manha, eu só tinha bebido um copo de água, durante todo o dia. Eu sabia que a noite estava chegando e eu não tinha um lugar seguro para passar a noite, sabia que tinha que fazer alguma coisa, procurar a policia, sabia que de nada iria adiantar, naquele momento também, já não confiava mais em ninguém, sabia que a policia não iria me proteger vinte e quatro horas por dia, naquele momento também, não podia  confiar  em ninguém. Eu estava desde cedo, sem tomar café, sem almoço e sem dinheiro no bolso. Quando chegou a tarde, estava cansado e com os pés inchados de tanto andar de um lado para um outro, sempre procurava ficar no centro de Belém, porque era no centro que tinha mais pessoas e era também onde me sentia mais seguro. Quando chegou as quatro horas da tarde, pensei em sair do centro de Belém e sai para um bairro mais afastado do centro, sai andando a pé mesmo. Cheguei em um bairro próximo do centro, mas ali, onde tinha poucas pessoas, me senti uma presa mais fácil, neste bairro tinha uma pequena praça, tipo, um pequeno bosque com árvores, eu estava cansado e com o pequeno saco de roupas nas costas, estava com os pés inchado, não sabia o que fazer mais,  estava fraco e de repente, cai de joelhos ao chão e falei assim: Meu Deus, tenha misericórdia de mim e me salva, falei somente isso e nada mais, nem sei como cai de joelhos ao chão, acredito, que um Anjo do Senhor tenha me jogado ao chão de joelhos. Após pedir misericórdia e salvação para Deus de joelhos ao chão, me levantei rapidamente do chão, me senti mais forte, o meu medo foi todo embora e com isso, resolvi voltar para o centro da cidade de Belém, chegando no centro, me aproximei do porto, me sentei em um banco de uma pequena praça, bem em frente ao porto de Belém, onde os navios cargueiros ficam encostados para cargas e descargas de mercadorias. Eu estava com a minha Bíblia na mão, sentado no banco da praça, com os pés inchado e doendo de tanto andar o dia inteiro no centro de Belém, estava cansado e com fome, estava fraco. A Bíblia estava em minha mão, eu fechei os olhos e com os olhos fechados, abri a Bíblia e continuei com os olhos fechados, coloquei o meu dedo sobre a Bíblia aberta e logo em seguida, quando abri os meus olhos, o meu dedo estava sobre o seguinte Capitulo e versículo da Bíblia: Atos 27-31, onde fala: SE NÃO FICAREM NO NAVIO, NÃO PODERÃO SE SALVAREM, onde fala sobre a viagem de Paulo à Roma, eu estava cansado e com fome, após ler na Bíblia, em Atos 27-31, onda fala: Se não ficarem no navio, não poderão se salvarem, aqui eu tomo à Deus como a minha testemunha fiel e prova, que eu não estou mentindo. Após eu ler o versículo de Atos 27-31, na Bíblia, não entendi nada, pensei comigo mesmo, tal como: O que eu tenho a ver com navios, mas porem, tinham muitos navios no porto de Belém, no qual, eu estava sentado em um banco, em uma praça, com as costas virada para os navios, mas no momento nem liguei para tal coisa. Fiquei aproximadamente meia hora sentado naquele banco da praça, já era aproximadamente cinco horas e meio, já não tinha mais medo dentro do meu coração,  estava muito calmo naquela hora, já que, desde o momento em que me ajoelhei diante de Deus e pedi a sua misericórdia e salvação, a partir daquele momento em diante não tinha mais medo. Eu comecei a pensar comigo mesmo assim: Eu não fiz nada de errado, não prejudique à ninguém, não devo nada para ninguém, mas eu sabia também que os meus inimigos não pensavam assim, sabia que a noite logo iria chegar e tinha que fazer alguma coisa e com isso, já era aproximadamente seis horas da tarde. Me levantei do banco em que estava sentado e cruzei a rua e me sentei em um banco de ponto de ônibus, bem em frente o porto de Belém, o banco de ônibus ficava entre a grande feira de Belém, que tem por nome de: Ver o peso e o porto de Belém. Eu sentado naquele banco de ônibus, com as costas virada para o porto e para os 
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navios, comecei a pensar comigo mesmo, assim: O porto de Belém é todo cercado com tela de alambrado e em cima da tela de alambrado tem arame de cerca farpado, mas, se eu conseguir pular essa cerca, lá dentro do porto eu poderia me esconder dos meus inimigos e a entrada dos meus inimigos seria bem mais difícil, sabia que, mais cedo ou mais tarde eles poderiam entrarem também dentro do porto, mas eu teria tempo de me esconder dentro do porto e passar a noite bem mais seguro e no dia seguinte, procurar sair da cidade de Belém. O porto de Belém tinha a portaria principal, mas jamais os guardas do porto iriam deixarem eu entrar, sem uma identificação e sem nenhum motivo e também. Já era final de expediente, os empregados já tinham idos embora, o jeito, era eu entrar na marra ou escondido, eu fiz esse plano, não tinha uma outra saída, estava com o pequeno saco de roupas nas costas, mas parte dos meus documentos, incluindo a carteira de piloto estavam dentro do meu bolso. Tinham algumas pessoas próximas de mim, mas de um momento para outro, eu falei comigo mesmo: É agora, mesmo com o pequeno saco de roupas nas costas, comecei a subir o alambrado que cercava todo o porto para pular dentro do pátio do porto, quando comecei a subir o alambrado da cerca do porto, um rapaz que estava aproximadamente sete metros de mim, falou para um outro assim: ele está pulando a cerca, aqui esta mais uma grande prova, que eu estava sendo seguido de perto, já que eu ouvi o rapaz falando isso claramente. Continuei subindo o alambrado da cerca do porto, em cima do alambrado, tinha arame farpado de cerca, o meu corpo passou pelo arame farpado rapidamente, mas o pequeno saco com roupas, a Bíblia e alguns documentos, ficou enroscado no arame farpado, logo em seguida, foi como se alguém tivesse falado aos meus ouvidos, assim: qual vale mais, a sua vida ou o saco com roupas e alguns documentos? Isso veio de uma forma claramente na minha mente, foi um Anjo do Senhor que falou para mim e com isso, larguei o saco enroscado no arame farpado e pulei dentro do pátio do porto, com alguns documentos no meu bolso, o desespero de mim fugir dos meus inimigos era tom grande, que, no momento eu nem dei importância para alguns documentos meus, eu larguei eles para trás, hoje eu posso pensar, que, no momento eu poderia enfiar a mão dentro do pequeno saco de roupa e pegar uma pequena bolsa, onde estava parte dos meus documentos e largar o saco com roupas enroscado no arame farpado, mas ali, no momento  em que eu estava em cima da cerca, para pular dentro do pátio do porto, eu não pensei nisso, eu nem tinha cabeça para pensar em tal coisa, eu dei ouvido prontamente na voz que falou ao meu ouvido, assim: qual vale mais, a sua vida ou os seus documentos?  Aqui está a prova, que nesse momento, eu estava sendo guiado pelo Anjo do Senhor, já que foi ele que falou em meus ouvidos, que a minha vida valia mais do que os meus documentos. No mesmo instante, pensei realmente, que a minha vida valia mais do que os meus documentos que estavam dentro do saco com roupas. Após eu pular dentro do pátio do porto de Belém, comecei a correr dentro do pátio, logo em seguida, veio um guarda do porto que estava próximo e falou assim: Porque que você esta pulando a cerca? eu falei para ele, que queria falar com uma pessoa lá dentro, então ele falou para mim, assim: Mas para isso, tem a portaria, mas logo em seguida, ele falou para mim assim: Pode ir, isso foi tudo muito rápido, o guarda não me impediu a minha entrada no porto, agora eu entendo, é porque eu estava sendo guiado por Deus, estava sendo guiado pelo Anjo do Senhor e nada poderia impedir, porque Deus estava agindo em minha vida, como esta escrito: agindo Deus, quem impedirá?  no momento que eu estava dentro do porto, a minha intenção era de correr até o final do porto, só que o pátio do porto era dividido em duas partes e para mim continuar correndo dentro do pátio do porto, até o final, eu tinha que passar perto de uma guarita, onde estavam três guardas do porto, era onde ficava a entrada principal do porto, passei correndo perto dos três guardas do porto, passei há dois metros de distancia deles, se eles quisessem, eles poderiam me pegarem, mas eles ficaram olhando, não falaram nada e nem me impediram também, passei bem 
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próximo desses três guardas e entrei para o outro lado do porto, onde era bem maior. Na hora de mim passar perto dos três guarda do porto, eu fiquei com medo deles me pegarem, ou fazer eu parar para dar explicações, pelo motivo que eu estava dentro do pátio do porto, já que, já era mais de seis horas, os empregados do porto já tinham parado de trabalharem, o porto estava sem nenhuma movimentação mais, mas eu não tinha outra escolha, eu fui correndo na coragem, hoje eu entendo, que nesse momento, eu estava sendo guiado pelo Anjo do Senhor, mas naquele momento, naquele dia, eu não sabia, não tinha nenhum entendimento da Bíblia, coisas estranhas aconteciam na minha vida e eu nem sabia o que estava acontecendo, tal como o Pedro falou em 1Pedro 4-12, em que ele fala assim: Amados, não estranheis as ardentes provas que vem sobre vós, para vos tentar, como se coisas estranhas vos acontecessem. Hoje eu leio o que o Pedro falou em 1Pedro 4-12, e consigo entender claramente. Todas as coisas que aconteceram comigo, mas naquela época, eu não tinha nenhum conhecimento da Bíblia, não sabia que tais coisas estão escritas na Bíblia, eu era como uma criancinha de dois anos que esta apanhando, mas não sabe o porque, não sabe o motivo da surra, era o que acontecia comigo, não tinha o entendimento que eu tenho hoje, eu sofria calado e não tinha para quem reclamar.
   Após eu entrar dentro do pátio do porto de Belém do Pará, os meus inimigos tinham ficados todos lá fora do pátio do porto, eu estava correndo dentro do pátio, ao lado de muitos navios cargueiros, grandes navios que levam e trazem mercadorias de outros países, eram aproximadamente seis horas da tarde, os trabalhadores do porto de Belém já tinham parado de trabalharem, tinham poucas pessoas no pátio do porto, tinham aproximadamente uns vintes navios cargueiros encostados no cais do porto. Eu continuei correndo dentro do pátio, eu pensava comigo mesmo: Lá no final do pátio do porto, talvez eu consiga me esconder dos meus inimigos que tinham ficado pelo lado de fora do pátio, continuei correndo, logo bem mais na frente, vi um grande navio, que estava encostado no cais do porto, o navio já estava carregado, mas no dia e na hora eu não sabia disso, o porão do navio aonde vão as cargas, ainda estava aberto e por perto não tinha ninguém. O capitão do navio, incluindo os marinheiros, ao todos eram oito pessoas, estavam lá atrás do navio, em uma pequena roda, como se eles estivessem fazendo uma oração ou uma pequena reunião antes da partida do navio, já que o navio já estava carregado e eu sem pensar duas vezes, eu pulei dentro do navio, foi como se o navio tivesse um ímã e me puxasse para dentro dele, eu fui atraído por aquele navio, já que nunca tinha chegado perto de um navio em toda a minha vida. O capitão do navio e os marinheiros não viram eu entrar dentro do porão do navio, porque eles estavam lá atrás do navio em uma pequena roda, como se eles estivessem fazendo uma pequena reunião ou uma oração antes da partida do navio, se algum deles tivesse me visto eu entrar dentro do porão, ficaria fácil deles me encontrarem lá em baixo no porão, já que o porão do navio ainda estava aberto e se eles tivessem me visto eu entrar, acredito que eles jamais iria deixar um clandestino dentro do seu navio, sem saberem quem é e o que iria fazer. O navio cargueiro era muito grande, hoje eu sei, que eu estava sendo guiado por Deus, mas naquele dia, eu não tinha esse entendimento, hoje eu sei, que, aquele grande navio, estava ali já carregado, com o capitão do navio e os marinheiros lá atrás do navio, para não me verem eu entrar no navio e nem para me impedirem a minha entrada, hoje eu sei, que Deus preparou aquela navio para a minha fuga e salvação dos meus inimigos. Eu estava correndo dentro do pátio do porto e de repente, encontro um grande navio cargueiro, já carregado, com a porta, que é o porão do navio, aberto para mim. Quando eu  estava sentado naquele banco, em uma pequena praça, no centro de Belém, em que peguei a Bíblia, com os olhos fechados e abri ela, continuando com os olhos fechados, abri a Bíblia e coloquei o dedo sobre ela, e logo em seguida, abri os olhos e li em Atos 
27-31, onde fala: SE NÃO FICAREM NO NAVIO, NÃO PODERÃO SE SALVAREM, e eu, 
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naquele momento estava entrando dentro do porão de um grande navio cargueiro, que já estava carregado para ir para outros países. Naquele dia e naquele momento não pensei em tais coisas, mas depois, foi que  notei, que Deus falou para comigo e cumpriu a sua palavra, naquele momento, Deus estava agindo em minha vida, mais eu não tinha o entendimento, eu deixava as coisas acontecerem normalmente, uma coisa ia puxando as demais. Coisas estranhas aconteciam em minha vida, coisas que eu não entendia, mas hoje entendo, que são as coisas estranhas, que o Pedro falou em: 1São Pedro 4-12, que vem coisas estranhas sobre a nova vida, para nos testar e provar. Hoje, se Deus me deu sabedoria e entendimento, foi porque eu fui testado e aprovado por Ele.  
      Quando eu pulei dentro do porão do navio, já era mais de seis horas, os trabalhadores já tinham parado de trabalharem, não tinha nenhuma pessoa para me ver eu entrando no navio, que já estava carregado. Após eu pular dentro do navio, fui pulando de contêiner em contêiner e cheguei lá em baixo do porão do navio, cujo porão do navio tinha aproximadamente trinta metros de profundidade. O porão do navio com a carga, vão em baixo da água do mar, abaixo do nível da água do mar. Os contêiner, são grandes caixas de aço onde vão as mercadorias que são levadas para outros países, assim como são trazidas também. Quando eu estava pulando de contêiner em contêiner, para mim chegar lá em baixo do porão do navio, eu me senti, como se estivesse voando, pois eu pulava suavemente de um contêiner para o outro, hoje eu entendo, que naquele momento, eu estava sendo guiado por Deus, mas naquele momento,  não tinha esse conhecimento, não tinha o entendimento, que Deus estava agindo em minha vida.
    Quando eu estava sendo caçado e perseguido pelos meus inimigos no centro de Belém do Pará, cuja cidade é cercada por um grande rio e só tem uma rodovia de chegada e saída da cidade de Belém, que é a rodovia Belém-Brasília, eu jamais imaginava entrar dentro de um porão de navio, para me esconder e fugir dos meus inimigos, eu nunca tinha entrado ou chegado perto de um navio em toda a minha vida, acredito também, que, se eu estivesse feito esse plano, jamais iria dar certo, mas o plano não era meu, mas sim, o plano de Deus, eu estava sendo guiado por Deus. As coisas iam acontecendo na minha vida, eu não sabia o porque e nem como, hoje eu entendo, que o espírito maligno que estava dentro daquelas pessoas, faziam com que elas me caçassem e me perseguissem, porque, aquele espírito maligno que estava dentro daquelas
pessoas, sabia que eu era uma pessoa do bem, aquele espírito maligno que estava dentro daquelas pessoas, já sabia que eu tinha uma missão a cumprir em minha vida aqui na terra, como se vê nesses dias aqui na cidade de Maringá. O inimigo não quer que a verdade seja manifestada ao povo, para que, ele continue a enganar o povo. Hoje, quando você encontra um pastor que não tem amor pela verdade ou que, quer esconder a verdade do povo, tem o mesmo espírito maligno que estava naquelas pessoas, que me caçaram e me perseguiram em Belém do Pará, não só em Belém, mas por vários lugares que eu tenho andado,  mas naquele tempo, eu não entendia essas coisas Espirituais.
     Durante todo o tempo em que eu andei por todo esse Brasil, de cidade em cidade, chegando o ponto de ir morar em Belém do Pará, por todo o sofrimento que tive, pela fome e pelo frio  que passei, por não ter um lugar seguro para passar a noite, incluindo as perseguições no centro de Belém, eu sempre sofri calado, nunca me revoltei contra Deus, ao contrario, a minha fé e confiança nEle aumentava mais, eu sabia que era uma pessoa especial diante  dEle, isto é, que Ele tinha um plano, uma missão em minha vida, mas eu não sabia o que era e nem em que cidade, é por isso que eu ficava andando de cidade em cidade. Já fui morar em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. Já fui morar em Porto Velho em Rondônia. Já fui morar em Boa Vista, em Roraima. Já fui 
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morar em Manaus. Já fui morar em Mato Grosso. Já fui morar em Palmas, no Tocantins. Já passei pela cidade de São Paulo e pela cidade do Rio de Janeiro. Já fui para Goiânia, em Goiás, incluindo muitas outras cidades de outros estados, no qual, chegava nas cidades sem motivo e saia sem motivo também. Se alguém me perguntasse o que eu iria fazer em tal cidade, eu não sabia, sempre desempregado e com muito pouco dinheiro no bolso, pelos pequenos serviços que eu procurava fazer, mas por todos os lugares que andei, o meu nome ficou e é limpo, já que, por todos os lugares que andava, nunca fazia coisas erradas, o temor à Deus dentro de mim não permitia de fazer tais coisas. Eu andava de cidade em cidade, como se estivesse procurando alguma coisa que nem mesmo eu sabia o que era, isso porque, sabia que eu tinha uma missão a cumprir, sabia que Deus tinha um plano em minha vida, mas não sabia o que era e nem em que cidade, em que estado, isso me perturbava muito, eu não tinha paz Espiritual, mas nunca falei tais coisas para as pessoas, eu sabia que, jamais as pessoas iriam entenderem. Quando eu chegava em uma cidade estranha, sem parentes, sem amigos e sem dinheiro, nem ia procurar emprego naquela cidade, pois sabia que, provavelmente não iria ficar morando naquela cidade, que o plano de Deus para mim não estava naquela cidade, mas também não sabia qual era a cidade em que iria morar, em que iria alugar uma casa e arrumar um emprego e por fim,  tentei morar e estabilizar a minha vida em Belém do Pará, mas no final, tive que sair correndo do bairro em que estava morando, sai fugindo dos meus inimigos, mas Deus é testemunha fiel, que nuca fiz mal para essas pessoas e nem mal para ninguém também.  Quando    andava de cidade em cidade, de estado em estado, é como se estivesse procurando um tesouro escondido em algum lugar, em alguma cidade, hoje posso dizer, que tenho encontrado esse grande tesouro, que são as interpretações das profecias, das palavras Sagradas de Deus, as quais, venho falando aos pastores há dez anos, aqui dentro da cidade de Maringá, quer ouça sim, quer deixa de ouvir, simplesmente falo, assim como Ezequiel fazia (Ezequiel 2-7 e 3-11).
   Após eu entrar dentro do porão do navio e me esconder lá em baixo, acredito que já era aproximadamente seis horas da tarde, logo em seguida, eu li em um contêiner em que estava escrito: Mede in Japan, isso me deu um grande susto, pensei comigo: Este navio esta indo para o Japão, mas logo em seguida, vi outros contêineres com o nome de outros países também e com isso, eu não sabia para que país estrangeiro eu estava indo, mas eu pensei comigo mesmo: Seja para que país for, eu vou, desde que fique longe dos meus inimigos. Após descer lá em baixo do porão do navio, me escondi lá em baixo. No inicio, pensei comigo mesmo, que, se alguém tivesse me visto eu entrar dentro do navio, eles poderiam irem me procurarem lá em baixo do porão do navio, fiquei escondido e quieto lá em baixo, o motor do navio já estava funcionando, fiquei com medo deles irem me procurarem lá embaixo, pois eu sabia que ali tinha uma grande oportunidade de fugir diante dos meus inimigos. Eu tinha passado por muitas ameaças, muitas provocações e pavor, só queria fugir de diante da face dos meus inimigos, não pensei nas consequências que iria passar mais tarde, estava sendo um marinheiro de primeira viagem, não sabia os perigos que estava para enfrentar. Eu não sabia o que eu iria enfrentar pela frente, pois tudo isso era novidade para mim, só queria fugir para bem longe dos meus inimigos, esse era o meu plano. Durante todo o dia, não tinha comido nada, durante todo o dia, eu só tomei um pequeno copo de água lá no centro de Belém e com isso, já entrei dentro do porão do navio com fome e sede, isso dificultou em muito durante a minha viagem, já que, quando você programa uma viagem dessa, você se prepara e leva comida e água, ou você come e bebe bastante antes de uma viagem desta, mas no meu caso, nada foi programado, já que, se eu entrasse bem alimentado e se eu tivesse tomado bastante água antes da entrada, iria conseguir resistir por mais longo tempo. Após ficar por aproximadamente por vinte minuto escondido lá em baixo, no porão do navio, eles começaram a fecharem a parte de cima do navio, começaram a fecharem o porão do navio e com isso, eu lá em baixo no porão do 
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navio, não conseguia ver mais o céu, praticamente estava dentro da água, já que o porão do navio e a carga vão abaixo do nível da água do mar
    Após ser fechado o porão do navio, a parte de cima do porão, as luzes lá embaixo estavam acesas e  continuei escondido em meu esconderijo e logo em seguida, o navio começou a navegar, já que os motores do navio, já estavam ligados quando entrei no navio. Após o navio começar a navegar, continuei escondido lá em baixo,  pensei que tinha gente lá em baixo do porão e com isso, tinha medo de sair do meu esconderijo, mas após passar uns quinze minutos, não ouvir nenhum barulho e conversa lá em baixo no porão, senti que estava humanamente sozinho lá em baixo e com isso, sai do meu esconderijo e comecei a andar por todo o interior do porão do navio, para conhecer onde estava e para procurar água e comida também, já que entrei no porão daquele navio com sede e fome, já que não tinha comido nada durante todo o dia, não tinha nem tomado o café da manhã, durante todo o dia no centro de Belém. Quando entrei no porão desse navio, já entrei com dois pontos negativos: Com sede e fome, já que, durante todo o dia em que estava sendo perseguido no centro de Belém, não comi nada, porque  não tinha dinheiro e durante todo o dia, só tomei um copo de água, somente isso e mais nada e lá em baixo do porão do navio não tem água doce e nem comida, já que o capitão do navio e os marinheiros vão todos na parte superior do navio, acima do porão, o porão só é aberto quando chega em algum porto de algum país para carga e descarga de mercadorias, o que pode durar vinte dias ou mais, no caso de cruzar o Oceano Atlântico e no momento que eu entrei dentro do porão do navio, já entrei com fome e sede. Se você sabe que vai fazer uma viagem dessa, você se prepara, bebe bastante água e se alimenta bem, levando também comida e água de reserva, mas não planejei essa viagem, nada foi planejado. Quando estava lá no centro da cidade de Belém, sofrendo o cerco dos meus inimigos, nunca me passou pela minha cabeça de fugir dentro de um navio, já que, em toda a minha vida nunca tinha entrado dentro de um pátio de porto e nem entrado dentro de um navio
    Quando entrei dentro do porão do navio, o motor do navio já estava funcionando, logo em seguida,  fecharam o porão do navio, mas as luzes lá em baixo estavam acesas e logo o navio começou a se movimentar, eu sentia que o navio estava navegando e se afastando do porto. Vejam bem, quando eu estava sentado lá naquela pequena praça, no centro de Belém, quando peguei a Bíblia, fechei os olhos e abri a Bíblia e continuando com os olhos fechados, coloquei o dedo em cima da Bíblia e logo em seguida abri os olhos e li em Atos 27-31, em que diz: Se não ficarem no navio, não poderão se salvarem e eu ali, no momento, estava dentro de um grande navio cargueiro, indo para um outro país estrangeiro e desconhecido, veja aqui, como Deus falou comigo e agiu em minha vida, me dando o livramento dos meus inimigos, naquele grande navio cargueiro. Hoje eu  entendo todas assas coisas, mas no dia, no momento,  não entendia tais coisas. Quando entrei dentro do navio e me escondi lá em baixo do porão, nem pensei e nem entendi que Deus estava cumprindo o que Ele tinha falado lá fora, quando estava sentado no banco e pedi orientação na Bíblia à Ele. Quando estava andando assustado no centro de Belém, com a Bíblia na mão, um rapaz falou assim para mim: vamos ver se a Bíblia vai te salvar? Quando aquele rapaz falou tal coisa para mim, ele passou a desafiar à Deus e não a mim, e Deus me livrou de uma forma maravilhosamente das mãos dos meus inimigos. Esse negocio de pedir orientação à Deus na Bíblia, assim como eu fiz, muitos crentes fazem isso, mas vejo isso como ficar tentando à Deus, eu fiz no momento que realmente precisava e hoje dificilmente eu faço isso, isso porque, se você quer ir para uma outra cidade ou fazer uma viagem, não precisa ficar tentando à Deus, se você realmente teme à Deus e tem a proteção dEle, você pode ir para qualquer lugar que Ele vai te proteger e te guardar das mãos dos teus inimigos, a não ser em caso de provações, como no meu 
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caso e no caso de Jô, em que Deus deixa acontecerem muitas coisas em nossas vidas, só para nos testarmos e nos provarmos. As coisas estranhas que acontecem em nossas vidas, conforme o Pedro falou em: 1São Pedro 4-12. 
   No momento que o navio começou a navegar, as luzes do porão estavam acesas e eu estava humanamente sozinho lá em baixo, logo sai do meu esconderijo e comecei a andar por todo o porão do navio, para explorar o local e para ver se  encontrava água e comida, mas lá em baixo no porão não tinha torneira de água doce e nem comida, já que lá em baixo só vão cargas. O capitão do navio e os marinheiros vão todos na parte de cima do navio, acima do porão, já que, o porão do navio e todas as cargas vão dentro do mar, isto é, ficam abaixo do nível da água do mar. Após feito busca dentro de todo o porão, não encontrei nenhuma torneira com água e nem garrafa de água potável, a única água que eu encontrei lá em baixo, no porão do navio, era água salgada do mar, misturada com ferrugem do casco do navio e misturada também com óleo e graxa. A água salgada do mar não serve para beber, se você beber, fica com mais sede ainda e causa a falência dos rins, e a água salgada do mar, misturada com ferrugem do navio, no meio de óleo e graxa, que tinha no fundo do porão, fica bem pior ainda, isto é, eu estava lá em baixo, sem uma gota de água potável e já estava sentindo uma grande sede já no primeiro dia, isto é, na primeira noite. Na procura que fiz em todo o porão, além de não encontrar água, também eu não consegui encontrar nenhuma comida lá em baixo e não tinha comido nada durante todo o dia, em que eu estava sendo caçado no centro de Belém. Após ter entrado no porão do navio, na primeira noite, as luzes lá em baixo estavam acesas e com isso, ficava fácil a minha movimentação lá em baixo do porão e a única carga viva que existia lá em baixo era eu. No inicio, após a minha entrada dentro do porão, eu não me preocupei muito com a falta de água e comida, porque o meu objetivo era se afastar o mais longe possível da cidade de Belém do Pará, onde estavam os meus inimigos, e quando via que o navio estava navegando em rumo ao alto mar, pelo Oceano Atlântico, me sentia mais aliviado, pois  sabia, que os meus inimigos tinham ficados todos para trás, mas com o passar das horas, a sede foi aumentando e sabia que, lá dentro do porão daquele navio não tinha nenhuma água potável, nenhuma água para matar a minha sede, tinha um pouco de água no fundo do porão do navio, mas era água salgada do mar, misturada com ferrugem do casco do navio, óleos e graxa. A água salgada do mar  não serve para beber, dá mais sede ainda e causa a falência dos rins, uma água salgada do mar, misturada com ferrugem do navio, no meio de óleo e graxa, fica duas vezes mais pior ainda. Existe um ditado popular, que fala, quando a vida de alguém melhora, fala que a vida se transformou da água para o vinho, não gosto desse ditado popular, porque, uma pessoa que está perdida em um deserto, ela só quer e só pensa em água e não em vinho, no meu caso também, em que estava lá em baixo, naquele porão de navio, eu só estava pensando em água e não em vinho, nesse momento, queria que a minha vida se transformasse do vinho para a água, isso porque, naquele momento para mim, a água era mais importante do que o vinho e até no dia de hoje, a água sempre foi e é mais importante do que o vinho, está em primeiro lugar                                                                                   
     No dia seguinte, as luzes do porão do navio foram apagadas de uma hora para a outra, o dia se transformou em noite. O porão do navio vai em baixo da água do mar, vai abaixo do nível da água do mar e tampado com grandes tampas de aço, para não molharem as cargas, não entra um pingo de raio de luz do sol, mesmo com as luzes lá em baixo acesas, eu tinha perdido a noção do tempo, eu não sabia se era dia ou se era noite. Enquanto as luzes lá embaixo estavam acesas, isso não era importante para mim. Após as luzes serem apagadas, veio uma escuridão completamente lá embaixo, uma escuridão que não se dava de ver um palmo na frente do nariz, o porão ficou completamente escuro, após apagarem as luzes, não conseguia ver mais nada lá em baixo no porão, só conseguia andar lá em baixo me segurando nos contêineres ou na parede do navio.  Eu 
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perdi a noção do tempo e não tinha relógio, não sabia se era dia ou noite lá fora.  Sem noção do tempo e com muita escuridão, fui dormir em cima de um carregamento de tábuas, madeira que estava sendo exportada para outros países, no momento até que  consegui dormir por aproximadamente duas horas, e quando você esta dormindo, a escuridão não é nenhum problema, porque você esta com os olhos fechados, mas no momento que você acorda, você esta com os olhos abertos, mas você não vê nada, você tenta ver as coisas, mas nada consegue, você fica arregalando os olhos, você fica forçando os olhos, mas nada consegue ver e com isso te dá dor de cabeça, os teus olhos começam a doerem, você começa a ficar perturbado mentalmente, era assim que eu estava sentindo, eu estava enlouquecendo, não sabia e nem sei qual é o fim disto. Enquanto as luzes estavam acesas, eu não estava preocupado de sair do porão e subir para o lado de cima do navio, onde vão os marinheiros, porque eu tinha medo dos marinheiros me jogarem no mar, porque eu tinha invadido o navio deles, é como você invadir a casa de alguém, o proprietário da casa não vai gostar e era o que eu tinha acabado de fazer. Sem água e sem comida lá em baixo do porão, eu sabia que, mais cedo ou mais tarde, teria que sair dali e subir para a parte superior do navio, mais queria retardar o máximo possível dessa hora e com isso, quando as luzes lá embaixo estavam acesas, eu não me preocupei de achar a saída do porão, a saída que levasse para a parte de cima do navio, que, por eu estar lá embaixo, só poderia ser uma escada, coisa que não me preocupei em achar a saída enquanto as luzes estavam acesas, mas eu jamais iria imaginar que eles iriam apagarem as luzes lá de baixo e eu iria ficar em plena escuridão. Quando eu estava em plena escuridão, tentei dormir mais um pouco, mas eu já tinha dormido há pouco tempo atrás e com isso, não consegui dormir mais. Se você estiver acordado, você não consegue ficar por muito tempo com os olhos fechados, porque os teus olhos começam a doerem e com isso, você abre os olhos, quando você abre os olhos, você continua a não ver nada, é como se você estivesse com os olhos fechados ainda, a escuridão é plena  e com isso, não faz nenhuma diferença se você está com os olhos abertos ou se esta com os olhos fechados. Você com os olhos fechados, você não veja nada, você abre os teus olhos, você continua a não ver nada, você arregala os teus olhos, você força os teus olhos para ver alguma coisa, para você ver alguma luz, mas você não vê nada, você não consegue ver nem um palmo do teu nariz e com isso, te dá dor de cabeça, te dá dor nos olhos, você fica desesperado, é grande o pavor que batia em mim. A minha sede era grande, mas naquele momento eu nem pensava mais em água, eu só queria um pingo de luz para refrescar os meus olhos, eu trocaria a água pela luz, veja como era grande o meu sofrimento e desespero por falta de luz, lá em baixo no porão. Se o porão do navio, juntamente com a sua carga vão embaixo da água do mar, vai abaixo do nível do mar, eu sabia que, pelas laterais do navio ou pela parte da frente ou pela de trás, eu jamais iria encontrar um raio ou um foco de luz, mas eu sabia que, somente olhando para cima, para o teto do porão do navio, eu poderia encontrar alguma luz, e era o que fazia, eu andava me segurando na parede do navio ou nos contêineres de carga, já que estava muito fraco, andava por vários laçais do navio em que eu nem conhecia direito, com a cabeça erguida para o alto em busca de alguma luz, eu estava ficando perturbado mentalmente e me enlouquecendo, sabia que não iria aguentar por muito tempo naquela situação, sentia  dor de cabeça e dor nos olhos, porque ficava forçando os olhos aberto, para mim ver alguma coisa e não  conseguia e com isso,  comecei a sentir uma grande dor no pescoço, por causa de ficar andando de cabeça erguida a procura de alguma luz. A minha sede era grande, que aminha língua secou completamente, a minha língua ficou como uma lixa seca, ela ficou completamente seca, mas nesse momento eu não estava preocupado com a água, mas sim, com a luz, sabia que tinha que achar a saída daquele porão e subir para a parte de cima do navio, mas no momento, eu não me 
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preocupava em achar a saída, eu estava só preocupado de achar algum foco de luz, para os meus olhos, eu sabia  que, quanto mais tempo passava, mais difícil ficaria a minha situação. Após muita procura, eu consegui encontrar no teto do porão do navio, um pequeno furo, um pequeno buraco do tamanho de um palito de fósforo, era um mini-buraco na tampa do porão do navio, já que, o porão do navio é tampado por grandes tampas de aço e ficam cargas em cima desta tampa, o que dificilmente você iria encontrar alguma luz, mas graças à Deus, após muita procura, eu estava ficando perturbado mentalmente, com dor de cabeça, dor nos olhos e dor no pescoço, após muita procura, eu consegui encontrar esse pequeno buraco do tamanho de um palito de fósforo que entrava um pequeno raio de luz, um foco de luz, como se fosse um raio lazer (leizer), mas a luz, não se espalhava, porque era uma luz muita pequena, quando eu vi esse pequeno raio de luz, o meu coração se alegrou muito, eu fiquei parado, olhando para aquela pequena luz, era como um colírio para a minha vista, era um refresco para os meus olhos, eu ficava de pé, olhando para aquela pequena luz e com isso, o meu pescoço que já estava doendo, continuou doendo mais ainda, porque, eu só ficava de cabeça erguida, mas logo em seguida, me deitei no chão do navio e com isso, ficava com os olhos fixo naquela pequena luz, o meu coração e os meus olhos se alegraram muito, dou graças ao bom Deus, por Ele ter me dado aquela pequena luz, do contrario, eu teria me enlouquecido lá em baixo do porão do navio ou teria ficado perturbado mentalmente. No fundo do casco do navio, tinha uma pequena quantidade de água do mar, que era água salgada do mar misturada com óleo e graxa. Tirei a roupa lá em baixo e fiquei somente de cueca, já que lá embaixo, fazia muito calor, era muito abafado e eu ficava deitado dentro daquela água, olhando para aquela pequena luz, que eu tinha encontrado no teto do porão do navio, agradeço muito à Deus, por Ele ter me dado aquele pequeno foco de luz para mim. O plano de eu ter encontrado uma luz, eu já tinha realizado, então, comecei a tentar encontrar a saída do porão, que só poderia ser uma escada, que me levaria para o lado de fora, para a parte de cima do navio,  sai a procura de uma escada que levaria para fora do porão, mas estava em plena escuridão e com isso, logo tinha que voltar correndo para o foco de luz, para dar uma aliviada em meus olhos, eu tinha medo de sair para longe, porque o navio era muito grande e eu tinha medo de perder o meu pequeno foco de luz. Após muita procura, só apalpando com as mãos, consegui encontrar uma pequena escada que levava para a parte de cima do navio, fiquei muito feliz por ter encontrado a escada, mas lá no fundo,  tinha medo de sair do porão e se manifestar aos marinheiros e ser jogado dentro do mar, já que o navio estava navegando em pleno mar aberto. Eu estava muito fraco, com fome e muita sede, após ter encontrado aquela pequena escada em plena escuridão, comecei a subir por ela, a escada tinha aproximadamente uns vinte e cinco metros de altura. Eu foi subindo aquela escada muito devagar, porque eu estava fraco e com o balanço do navio, por causa das ondas que batia nele, a situação ficava bem pior ainda, sabia que, se eu caísse lá de cima da escada, poderia me machucar muito. Continuei subindo a escada, após chegar no teto do navio, tinha uma grande tampa redonda de aço, como uma tampa de aço de bueiro, estava tudo em plena escuridão que não se via um palmo à frente do nariz. Após subir toda a escada e chegar perto da tampa, não podia usar as duas mãos para abrir a tampa, uma mão eu tinha que ficar segurando na escada, para eu não cair lá em baixo e com a outra mão tentei empurrar a tampa para cima, para ver se ela abrisse, coloquei toda a minha força em minha mão e a tampa não se mexeu nenhum pouco. Com uma das mãos, e com isso, comecei a passar a mão ao redor da tampa e encontrei uma trava, uma tranca que estava travada, eu destravei essa trava e com isso, tentei novamente erguer a tampa, fiz muita força, mas a tampa não se mexeu nenhum pouco, pensei comigo mesmo, que a tampa, por ser de aço, seria muita pesada e subi mais um degrau da escada, encostei o ombro na tampa e 
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tentei levantá-la com o ombro, fiz muita força, mas a tampa não se mexeu nenhum pouco, eu pensei comigo mesmo, que a tampa de aço era muita pesada e que uma pessoa sozinha não conseguiria levantá-la, pois eu já tinha destravado uma tranca que mantinha a tampa fechada e não tinha conseguido nem mexer aquela tampa de aço,  foi grande a minha frustração, a escuridão era completamente, foi grande a minha frustração por não ter conseguido abrir aquela tampa da saída do porão e com isso, voltei rapidamente para o meu pequeno foco de luz, lá em baixo no porão do navio, me deitei na água novamente e continuei olhando para o foco de luz, que era um colírio para os meus olhos. Eu estava deitado dentro daquela água salgada do mar, que tinha no fundo do casco do navio, era até uma forma de eu me refrescar, a sede era muita grande, pois eu já estava no terceiro dia, sem comer nada e sem beber uma gota de água também. A minha língua se secou completamente, a minha língua ficou áspera como uma lixa seca, a sede era muito grande e com isso, eu peguei um pouco daquela água salgada do mar que estava no fundo do casco do navio, água salgada e misturada com ferrugem, óleo e graxa e bebi aproximadamente uma colher, mas logo em seguida, passei a me sentir muito mal, fiquei tonto, o mundo começou a rodar para mim, com o balanço do navio, as coisas ficaram deitado no chão, piores ainda, eu não aguentava mais ficar em pé, perto de mim tinha madeira que estava sendo exportada para outros países, me deitei em cima desta madeira, me sentindo muito mal, era uma grande congestão que estava dando em mim, eu não sabia o que fazer mais,  estava em plena escuridão, ao lado de mim tinha um  pedaço de madeira, eu passando uma das mãos nesse  pedaço de madeira, eu tirei um pequeno pedaço dessa madeira do tamanho de um palito de fósforo, eu coloquei esse pequeno pedaço de madeira na boca e comecei a mastigá-lo, como se eu fosse comer ele, já que a fome era grande, mas logo após eu mastigar aquele pequeno pedaço de madeira, ela era muita amarga em minha boca, e eu, que estava me sentindo muito mal pela congestão que estava me dando, após mastigar aquele pequeno pedaço de madeira amarga, eu vomitei tudo, eu vomitei aquela pouca água salgada do mar, misturada com óleo e ferrugem que eu acabava de beber e com isso, eu comecei a me sentir bem melhor, hoje eu entendo claramente que, aquele pequeno pedaço de madeira amarga, que eu coloquei na boca e mastiguei, foi um remédio que Deus me deu, do contrario, eu teria morrido ali mesmo, pela grande congestão que eu tinha acabado de ter. Após eu vomitar e me sentir bem melhor, voltei correndo para o meu pequeno foco de luz. A fome era grande que, eu peguei o meu tênis e tentei comer o couro do tênis, mas logo vi que era duro demais e foi tratado com produtos químicos e com isso, desisti de comer o couro do meu tênis.
     Eu continuava deitado no fundo do porão do navio, com fome e muita sede, eu já estava no terceiro dia, sem beber uma gota de água, eu sabia que não conseguiria sair pela escada que tinha encontrado e com isso, ficava olhando para a pequena luz, mas logo me levantava e ia procurar uma outra escada ou uma outra forma de mim sair do porão do navio, que estava em plena escuridão, mas não encontrava mais nada,  pensei comigo mesmo, que, ali seria o meu fim, que os marinheiros iriam encontrarem o meu corpo ali no porão do navio, já que, eu sabia que, um navio cargueiro leva aproximadamente vinte dias para cruzar o Oceano e chegar a outro país e eu, jamais iria agüentar ficar todo esse tempo, sem beber uma gota de água, eu sabia que, eu poderia ficar por vinte dias sem comer, mas que, uma pessoa não agüenta ficar por mais de três dias sem beber água, vem a desidratação do corpo, a falência dos rins e a morte. Eu já não tinha mais esperança de sair daquele porão do navio com vida. Gritar e bater na tampa do porão de nada adiantava, já que existia o barulho das ondas do mar batendo no casco do navio e também existia o barulho dos motores. Eu batia com um pedaço de pau na tampa do porão e gritava, mas de nada adiantava. Eu continuava deitado lá no fundo do porão do navio, olhando para aquele pequeno foco 
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de luz, eu já tinha até escolhido a posição em que eu iria morrer, deitado ali no chão, olhando para aquela pequena luz. Aquele que, no inicio tentava se esconder dos marinheiros e do capitão do navio, agora queria se manifestar e não conseguia, queria sair daquele porão mas não conseguia, mas de repente, foi como se alguém tivesse falando assim aos meus ouvidos: Suba a escada novamente e tente abrir a saída do porão, eu senti que alguém falou isso em meus ouvido, porque, eu senti a mensagem entrando em meu celebro e com isso, me levantei rapidamente, eu senti que alguém me pegou pelo braço e me ajudou a me levantar, hoje eu entendo que foi o Anjo do Senhor e com isso, subi a escada novamente, subi muito devagar e com muito cuidado, pois eu estava fraco, o navio balançava muito pelas ondas do mar que batia nele e também estava tudo em plena escuridão. Chegando lá em cima, uma mão eu fiquei segurando na escada, para eu não cair lá em baixo e com a outra mão, eu comecei a passar ela em todo ao redor da tampa de aço e logo em seguida, eu encontrei uma segunda tranca, uma segunda trava, que estava trancando a tampa, já que, a primeira trava, a primeira tranca, eu já tinha destravado na primeira vez que eu tinha subido a escada. Na primeira vez que  subi a escada para tentar abrir a tampa do porão e não consegui,  eu nunca iria imaginar que existia duas travas, duas trancas, que servia para fecharem a tampa do porão e tentei levantar a tampa com uma mão e a tampa se mexeu um pouco, eu estava fraco e com isso, subi mais um degrau na escada e levantei a tampa com o ombro e com isso, vi o navio cargueiro, chamado Mont Jolly, navegando em pleno mar aberto, estava cruzando o Oceano Atlântico, indo para a Europa. Jonas ficou três dias dentro de barriga de um peixe (Jonas 1-17). O Senhor Jesus ficou três dia enterrado na terra (Mateus 12-40) e eu fiquei três dias preso no porão de um navio 
      Após eu sair para fora do porão do navio, chegar na parte de cima do navio, onde vão os marinheiros, após eu ver a claridade do sol, fiquei muito feliz, o meu coração se alegrou muito, porquê eu não tinha mais o tormento da escuridão lá em baixo no porão. Após  sair para fora, era aproximadamente seis horas da tarde, os marinheiros já tinham parados de trabalharem. Na hora que sai, não tinha em mente me apresentar para eles, eu tinha medo que eles me jogassem no mar, o que eles poderiam fazerem, o meu plano era ficar escondido na parte de cima do navio, que era um navio cargueiro muito grande e sair a noite a procura de água para mim beber, e só me apresentar a eles quando chegasse em algum país, mesmo que eu fosse preso naquele país, mas pelo menos,  não iria correr o risco de ser jogado vivo dentro do mar. Após ter saído do porão, achei um local que eu poderia ficar escondido, mas eu só pensava e só queria água, a minha língua estava toda seca, já que eu estava há três dias sem comer e sem beber uma gota de água e com isso, sai de onde estava escondido e fui andando de quatro pernas, andando abaixado para mim olhar o grande corredor do navio, o corredor principal, após olhar o corredor, eu vi uma torneira, era tudo o que eu mais queria era uma torneira com água, após olhar o corredor que não vinha ninguém, sai ao encontro da torneira que ficava aproximadamente uns dez metros de distancia, chegando na torneira, era água salgada do mar, foi grande a minha frustração e com isso, eu ia voltando para o meu esconderijo, e logo em seguida, dei de cara com um marinheiro que estava andando no corredor do navio, quando ele me viu, ele ficou todo assustado e apavorado, eu estava só de cueca e com o corpo todo sujo de óleo e graxa. Quando o marinheiro me viu, ele levou um grande susto e ficou todo apavorado, ele fez uma cara bem engraçada de susto, isso para mim foi uma grande prova, que eles não me viram eu embarcar no porto de Belém do Pará, porque, se eles tivessem me visto eu embarcando, eles iriam saberem que tinha um clandestino em seu navio e no encontro, não seria uma grande surpresa e susto, como aconteceu com o marinheiro. Após o marinheiro me ver e levar um grande susto, ele fez sinal para eu continuar ali e ele foi correndo 
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chamar o capitão do navio e os outros marinheiros,  eu continuei sentado no chão do navio,  estava fraco e com muita sede, logo em seguida, apareceu o capitão do navio e alguns marinheiros, ao todos, umas oito pessoas, estavam todos ao redor de mim, eu logo me identifiquei como um piloto de avião, falando em inglês: I Am Pilot (eu sou um piloto), isso eu falei só para causar boa impressão ao capitão do navio, mas eu não menti, porque eu sou um piloto de avião monomotor, e com isso ele poderia pensar que eu fosse uma autoridade ou um militar, eles ficaram conversando em outra língua, que eu não entendia, que era o francês ou o inglês, eu não falo inglês, eu só sei algumas poucas coisas. Após uma pequena e breve conversa entre eles, um marinheiro me trouxe uma garrafa de água de dois litros, no momento em que eles me deram a garrafa de água, eu já tive a certeza que eles não iria jogar eu no mar, o meu coração se alegrou e  bebi quase toda a garrafa de água de dois litros, a minha alma se alegrou com aquela garrafa de água, assim como um deserto se alegra com uma grande chuva, a minha alma estava sedenta por água. Após eu beber a água, voltei ao porão do navio, para pegar a carteira de piloto que estava ainda lá em baixo e dei ao capitão do navio, para provar que eu era realmente um piloto de avião. Logo em seguida, um marinheiro me deu um espelho para mim ver o meu rosto, ele estava todo preto de graxa e óleo e eu nem sabia, porque lá em baixo do porão do navio, fazia muito calor e eu pegava aquela água salgada do mar, que estava no fundo do casco do navio, com as mãos suja de graxa e óleo e passava aquela água no rosto, para me refrescar lá embaixo, após isso, ele me levou lá na parte traseira do navio (polpa do navio), e me deu água e sabão para eu me lavar e ele, com uma mangueira de água, ficava jogando água em mim, foi um banho muito gostoso e com água doce, com água potável que se podia beber, após o banho, já era aproximadamente sete horas da noite, me deram roupas limpas e um bom prato de comida e logo em seguida, me deram um pequeno e confortável quarto para eu dormir. No quarto que me deram para eu dormir, tinha uma pia com uma torneira, a primeira coisa que eu fiz, foi testar a água da torneira do meu quarto para mim ver se era água doce e potável para se beber, após testar e ver que era água potável, fui dormir bem mais seguro, porque eu sabia, que não iria passar mais sede durante a noite, eu estava traumatizado por falta de água, pela grande sede que eu tinha acabado de passar, dentro do porão daquele navio.    
      Uma coisa que achei interessante, foi que, quando eu estava passando por todas essas provações e acontecimentos, a minha família não estava sabendo de nada, eu não telefonava para eles, mesmo que eu contasse essas coisas que aconteciam comigo, eles iriam me chamarem de louco. Quando eu estava passando por todas essas tribulações, a minha mãe em casa, que morava em Alta Floresta, no estado de Mato Grosso, ela não estava sabendo de nada que estava acontecendo comigo, mas a minha mãe andava muita nervosa e agitada, ela andava muito angustiada, ela nem conseguia dormir direito, foi a minha irmã que me falou isso mais tarde e foi exatamente naquela época em que eu estava sendo caçado e perseguido pelos meus inimigos, a minha mãe sentia através da ligação Espiritual, que eu estava sofrendo muito e a minha mãe nunca tinha sido assim, já que, faz muitos anos que eu sai de casa e ela já estava acostumada com a minha ausência, mas através do Espírito, ela sabia que eu estava sofrendo muito, quando a minha irmã me contou isso, eu fiquei impressionado com tal coisa, porque foi exatamente na época em que eu estava sendo caçado e perseguido pelos meus inimigos, num momento de muita dor e sofrimento para mim.    
    Após uma boa noite de sono, logo pela manhã me levantei, sai para fora do meu quarto e para todos os lados que eu olhava, só se via água do mar com as suas grandes ondas, o ar era um ar puro, muito gostoso de respirar, eu ficava olhando para todos os lados, e só via grande quantidade 
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de água, tudo aquilo dali era uma grande novidade para mim, já que nunca tinha andado de navio em minha vida. Eu descobri que, aquele navio cargueiro era um navio francês e se chamava: Mont Jolly e estava indo para a França e depois para a Espanha, eu fique parado ali, admirando todas essas coisas. Eu estava cruzando o Oceano Atlântico, indo de Belém do Pará para  a Europa, em um grande navio cargueiro, tudo aquilo dali para mim era novidade, eu realmente me senti livre, em uma grande aventura. Logo em seguida, tomei o café da manhã, juntamente com os marinheiros, um bom café reforçado e logo em seguida, me deram material de trabalho, para mim trabalhar dentro do navio, na parte superior do navio, já que, no porão do navio, onde vai fechado com a carga, eles só entram na chegada ao porto, durante toda a viagem, dificilmente eles entram no porão do navio, é por isso, que, se estiver alguém preso lá em baixo, essa pessoa morre de sede se não conseguir sair de lá. Eu já sabia que eu iria ter que trabalhar dentro do navio, assim como todos os marinheiros trabalhavam todos os dias em vários serviços. Logo no primeiro dia de serviço eu senti uma tontura, um mal estar, por causa dos balanços do navio, causado pelas grandes ondas, mas logo eu me acostumei e tudo passou.  Eu tomei café as sete horas da manhã e logo em seguida, já comecei a trabalhar, após duas horas de serviço, as nove horas da manhã, já paramos de trabalharmos para fazermos um bom lanche, ao meio dia, paramos para almoçarmos, com uma hora e meia para o almoço. As três horas da tarde, paramos para fazermos um reforçado lanche e as sete horas da noite, nós jantamos, todos dias eram assim, tínhamos praticamente cinco refeições por dia, dentro do navio, só tomávamos água mineral. O serviço que mais tinha dentro do navio, era lixar para tirar a ferrugem do navio e logo em seguida pintar, assim como cuidar dos cabos e cordas, alguns dos marinheiros falavam o espanhol, mas eu evitava falar, eu evitava falar dos problemas que eu estava passando, porque, jamais eles iriam entenderem toda aquela situação que eu estava passando, e com isso, eu procurava falar pouco. Eles me tratavam muito bem, eu vi que logo eles pegaram confiança em mim. Todas as manhãs, eu saia para andar ao redor do navio, para catar sardinhas, que muitas delas caiam dentro do navio à noite, por causa das grandes ondas do mar. Quando nós estávamos cruzando o Oceano Atlântico, muitas vezes eu via outros navios navegando em alto mar, cruzando por nós, tudo aquilo para mim era uma grande aventura e novidade
      Saímos do porto de Belém do Pará, após vinte dias aproximadamente, navegando dia e noite, logo em seguida chegamos a um porto na França, em uma pequena cidade que eu não sei o nome até o dia de hoje, chegando no porto, o capitão do navio me apresentou as autoridades francesas, e com isso, quatro policiais franceses vieram me verem dentro do meu quarto no navio, também veio um médico para me examinar a minha saúde, pela conversa entre os policiais e o capitão do navio, segundo o meu entendimento, eu acredito que o capitão do navio ficou responsável pela minha pessoa e eu, não poderia descer do navio, eles não avisaram para mim não descer do navio, mas eles deixaram a porta do meu quarto aberta, com dois policias armados vigiando a porta de longe, isso eu vi, porque eu dei uma olhada para fora do quarto, tirando só a cabeça para fora, segundo a minha sabedoria e inteligência, eu logo entendi, que, se eu saísse para fora do quarto, os policias iriam atirarem em mim, eles iriam alegarem que eu estaria tentando fugir do navio para entrar e ficar clandestino na França, mas durante toda a viagem, eu pensei bem, sobre ficar morando clandestino em outro país. Eu sabia que eu poderia fugir do navio a qualquer momento e ficar clandestino na França ou em um outro pais europeu, que são todos bem próximos, mas  estava decidido e sabia que não podia ficar clandestino em outro país, que aqueles países não eram a minha casa,  sabia também que Deus tinha um plano em minha vida, eu sabia que  tinha uma missão a cumprir no Brasil, mas não sabia qual era. O navio cargueiro em que eu estava, era um navio de idas e voltas, ele levava e trazia cargas, assim como ele levava carga do Brasil para outros países, ele também trazia cargas de outros países para o Brasil.
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       Se eu quisesse ter ficado clandestino na França ou em outro pais europeu, eu teria ficado, já que eu ficava o tempo todo solto dentro do navio, e com isso, quando o navio estava se aproximando do litoral da França, eu poderia pegar uma bóia, já que existiam varias no navio e pular na água, assim também, como existia pequenas canoas dentro do navio, assim como botes infláveis, bastaria eu pegar uma bóia ou um pequeno barco desses e pular dentro do mar, com uma bóia amarrada ao corpo, eu chegaria facilmente até o litoral, já que, eu ficava o tempo todo livre no navio e não era vigiado pelos marinheiros e nem pelo capitão do navio, eu sentia que eles confiavam em mim. Quando chegamos no porto da França, ficamos por aproximadamente três horas parado no porto, deixando mercadoria e recebendo outras também e durante todo esse tempo, fiquei dentro do meu quarto, não com a porta trancada, mas sim, com a porta aberta, eu sabia por mim mesmo, que aqueles dois policiais franceses estavam com muita vontade de atirarem em mim, e para isso acontecer, bastaria eu sair de dentro do meu quarto, mesmo estando dentro do navio, e se eles atirassem, eles poderiam falarem que eu estava tentando fugir e entrar clandestino na França, mas eu já sabia e estava determinado que eu não poderia ficar em outro país, que eu tinha que voltar para o Brasil, como se eu tivesse uma missão a cumprir aqui no Brasil, mas não sabia qual era e nem como. Após a descarga e carga de mercadoria no porto da França, após três horas aproximadamente, o porão do navio foi fechado e logo em seguida começamos a navegarmos eu não sabia para onde estávamos indo, depois eu fiquei sabendo, através de um marinheiro que estávamos indo para um outro porto, na Espanha e com isso, eu já podia sair do meu quarto, só que, durante todo esse tempo, o navio navegava bem próximo do litoral e em baixa velocidade, e eu que ficava livre e solto o tempo todo, eu poderia pular do navio com uma bóia amarrada no corpo ou através de um pequeno barco que existia dentro do navio, eu poderia ter fugido pra a Espanha também, mas eu não queria, não era esse o meu plano de ficar em outro país clandestino. Acredito eu, que o capitão do navio até gostaria que eu pulasse na água com uma boia ou com um pequeno bote que tinha no navio, para eu ficar clandestino em outro pais, porque ele iria ficar livre de mim e não iria precisar trazer eu de volta para o Brasil. Chegando no porto de uma cidade da Espanha, lá  na Espanha, o capitão do navio não me apresentou para os policias e nem policiais eu vi, mas eu fiquei dentro do meu quarto. Na Espanha, o navio só ficou parado por aproximadamente duas horas e logo voltamos a navegarmos no mar aberto de volta para o Brasil. Quando estávamos chegando e saindo da França, quando estávamos próximo da Europa, dava de ver a costa da África também
       Na viagem de volta para o Brasil, os serviços e a rotina eram as mesmas coisas todos os dias. No inicio, no primeiro dia que eu comecei a trabalhar dentro do navio, eu me esforçava bastante, eu procurava trabalhar o mais rápido possível, porque, eu queria agradar eles, para eles não me jogarem no mar, mas ao mesmo tempo, os marinheiros sempre trabalhavam em marcha lenta, eles trabalhavam bem devagar, era a rotina e costume deles, e com a minha presença, eu trabalhava mais rápido e mais ligeiro do que eles, eles também tinham que trabalharem mais rápido e mais ligeiro, já que o capitão do navio estava vendo os serviços entre nós, isto é, se eu agradasse o capitão do navio, eu estaria desagradando os marinheiros, mas eu preferia agradar o capitão do navio, trabalhando de uma forma mais rápida e eficaz e com isso, durante toda a viagem, fizemos uma grande reforma dentro do grande navio, tais como: tiramos muitas ferrugem do navio, fizemos novas pinturas e uma grande limpeza dentro do navio, uma grande reforma que o navio estava precisando. Na volta, o navio parou na Guiana Francesa para a descarga de mercadoria e logo em seguida o navio voltou novamente para o porto de Belém. Quando nós chegamos na Guiana Francesa, eu sabia que nós estávamos voltando para o Brasil e com isso, eu escrevi uma carta para o capitão do navio e expliquei para ele, o motivo que me levou embarcar em seu navio, eu 
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falei que estava fugindo dos meus inimigos que estavam em Belém do Pará, eu falei para ele também, que, após chegando no porto de Belém, ele poderia me entregar para a policia federal do Brasil, no porto de Belém, que estava tudo bem, que o meu nome era limpo, que eu não estava devendo nada para a justiça brasileira, eu fiz questão de escrever essa carta ao capitão do navio, para mostrar a ele, que eu era e sou um homem honesto e que não estava devendo nada para a justiça brasileira, graças à Deus
     Após quarenta dias de ida e volta e cruzar todo o Oceano Atlântico, voltamos novamente ao porto de Belém do Pará. Após a chegada no porto, o capitão do navio me deu quarenta dólares, foi como uma forma de pagar o meu serviço no navio durante a viagem e logo em seguida, me entregou aos policiais federais do porto de Belém, após os policiais fazerem buscas em meu nome, para verem se eu devia alguma coisa para a justiça brasileira, após virem que o meu nome era limpo e que não estava devendo nada para a justiça, e com isso, fui solto, no porto de Belém. Os dois policiais que me soltaram no porto de Belém, eles foram muitos bons e educados comigo, eles me deram frutas para mim comer e também me deram um pouco de dinheiro, que Deus os abençoe. Quero aqui também, através deste, agradecer muito o capitão do navio cargueiro francês, que se chama Mont Jolly, que, no ano de mil novecentos e noventa e dois, me tratou muito bem durante a viagem, mesmo eu sendo um clandestino no seu navio, no qual, um dia, se Deus quiser, gostaria muito de encontrá-lo novamente. Que Deus abençoe o capitão e os seus marinheiros, que estavam naquela época da minha viagem de fuga das mãos dos meus inimigos.        
      Segundo a lei brasileira, eu não cometi nenhum crime contra o Brasil, por eu ter entrado clandestinamente naquele navio, já que, aquele navio não era brasileiro, mas sim, um navio Francês. Hoje, qualquer um que tem dinheiro, pode ir até a França e para a Espanha, mas eu fui de uma forma diferente, eu fui sem nenhum centavo no bolso. Eu fui enviado por Deus, em uma grande escapada e fuga das mãos dos meus inimigos, em um grande livramento que Deus me deu, das mãos dos meus inimigos. Jonas ficou três dias na barriga de um peixe (Jonas 1-17). O Senhor Jesus ficou três dias enterrado na terra (Mateus 12-40) e eu fiquei três dias preso dentro do porão de um navio.      
       Alguém poderá me perguntar, assim: você fugiu de Belém por causa dos seus inimigos que estavam te perseguindo e voltou para o mesmo lugar? você não teve medo de voltar para Belém do Pará novamente? Eu falo para você, que não tive medo não, porque, eu voltei como um vencedor, eu desci do navio todo orgulhoso e feliz, eu pensei comigo mesmo: Agora vocês podem me pegarem e fazerem o que vocês quiserem, mas naquele dia, vocês não me pegaram, porque o meu bom Deus me deu um grande livramento das suas mãos, e com isso, eu já não tinha mais intenção de continuar morando em Belém do Pará e com isso, sai andando da cidade de Belém, sem mais medo no coração, mas também não queria ficar mais morando na cidade. Eu sai da cidade andando a pé, não sabia para onde ir, se alguém me perguntasse para onde eu estaria indo, eu não saberia responder. Após caminhar aproximadamente dez quilômetros, logo em seguida veio a noite, só tinha matas nos dois lados da estrada, que é a BR Belém-Brasília, após ter chegado a noite, entrei na beira da mata e deitei no chão e dormi ali mesmo. No dia seguinte, logo pela manhã consegui pegar uma carona com um caminhoneiro, eu consegui vender os meus quarenta dólares para ele, que eu ganhei do capitão do navio, e ele me levou até o trevo da BR Brasília, com a entrada para a cidade de Altamira do Pará, ali eu fiquei e com isso, decidi ir até Altamira do Pará, eu não sabia o que eu ia fazer na cidade, mas mesmo assim eu fui, cheguei na cidade,  não tinha plano de arrumar um emprego e me registrar, já que, não sabia se iria ficar 
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morando naquela cidade. Uma pessoa desconhecida e sem carteira de trabalho, é muito difícil arrumar emprego em uma cidade estranha, mas eu também precisava de trabalhar, nem era por causa do dinheiro, porque eu sabia, que naquela região, iria ganhar pouco, mas queria arrumar um serviço, para ter um local para eu ficar, um local que eu poderia me deitar a noite. No dia seguinte consegui arrumar serviço em uma fazenda, o serviço era de roçar pasto e plantar capim, o serviço era de trabalhar como peão mesmo, não tenho vergonha de falar tais coisas, mas por todos os lugares que eu tenho andado, nunca fiz coisas erradas, o temor à Deus dentro de mim, nunca me deixou me envolver com coisas erradas e com isso, foi trabalhar na dita fazenda, bem longe da cidade de Altamira do Pará. O interior do estado do Pará, naquela época, era uma região de muita violência e coisas erradas, tais como: a pessoa trabalhar por muito tempo e não receber ou após receber o dinheiro, logo lá na frente, tem um pistoleiro te esperando para te matar e roubar o seu dinheiro que você ganhou, assim também, como existem muitas grilagem de terra, isto é, as pessoas tomam a terra dos outros ou pegam terra que pertence ao governo, que são as terras publicas. Fiquei trabalhando na fazenda como um peão mesmo, por quatro meses, no dia do acerto,  recebi a metade do dinheiro, o patrão falou que mais tarde me daria o resto do dinheiro, eu sabendo que a região era violenta, eu com medo de tudo e de todos, por tudo o que  tinha passado, resolvi ir embora da fazenda e da cidade de Altamira do Pará. Nessa época, os meus pais ainda estavam morando em Alta Floresta, no estado de Mato Grosso e com isso, eu tinha grande vontade de encontrar os meus familiares, para contar e eles, o grande livramento que Deus tinha me dado das mãos dos meus inimigos, no qual, eu tinha ido clandestinamente no porão de um navio cargueiro para a França e para a Espanha, e para isso, eu tinha que sair daquela região. O dinheiro que eu tinha no bolso era muito pouco para mim ir de ônibus, para a casa do meu pai, o dinheiro não dava e alem do mais, eu tinha que dar uma grande volta, pegando a BR Belém-Brasília, indo até Brasília e depois até o Estado de Mato grosso, era uma viagem muito longa e não tinha o dinheiro para essa viagem e com isso, resolvi cruzar a selva amazônica, humanamente sozinho e a pé, no meio da mata, de Altamira do Pará até a cidade de Porto Velho em Rondônia. Eu queria sair da região de Altamira, mas sem dinheiro, escolhi o caminho mais curto, que era só cruzar e selva amazônica, quando eu falei que ia cruzar a selva, muitos não acreditaram ou falaram que eu tinha que ir em duas pessoas, levar armas, levar fogo e sal, mas eu não tinha nada disso, eu não tinha um amigo para ir comigo, eu não tinha uma arma, já que nunca gostei de armas. Eu comprei somente dois quilos de farinha seca de mandioca, e um saco que tinha as minhas poucas roupas, que eu levava comigo, eu não tinha uma faca e nem um facão, não tinha nenhuma ferramenta na mão e também não tinha nenhuma arma de fogo. Não tinha nem um pequeno prego na mão, para me defender dos animais no meio da selva amazônica. Não tinha sal e nem fogo, não tinha nem uma caixa de fósforo ou um isqueiro, para mim fazer uma pequena fogueira no meio da mata. Não tinha uma capa de chuva. Não tinha uma bússola. Não tinha nenhuma blusa de frio. Não tinha nenhuma camisa de manga comprida, para me proteger dos mosquitos e do frio, mas o que eu tinha, era um pequeno saco nas costa, com um pouco de roupa e a Bíblia e os meus documentos, com apenas dois quilos de farinha seca de mandioca, foi assim que eu entrei dentro da selva amazônica, para cruzá-la de Altamira do Pará até a cidade de Porto Velho, em Rondônia. Eu não tinha medo da mato, porque eu sabia, que no meio da mata, só tinham animais e não tinham homens, isto é, por tudo que eu tinha passado em Belém do Pará, eu tinha mais medo dos homens do que medo dos animais, tais como: da onça, cobra e entre outros animais, e com isso, comecei a cruzar a selva amazônica, humanamente estava sozinho, mas eu sabia, que Deus estava comigo, e que, nada de mal iria acontecer comigo, nesse momento, eu só confiava em Deus mesmo, sabia que, assim como Deus tinha me livrado das mãos dos meus inimigos lá em Belém do 
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Pará, também Ele podia me livrar dos animais no meio da selva. Era o ano de mil novecentos e noventa e dois, naquela época, todos os dias chovia muito, se não chovia na parte da tarde, chovia a noite e com isso, entrei na selva, hoje eu levaria uma faca comigo ou um facão, mas naquela época, eu nem pensei nisso, eu não levei nenhuma arma comigo, nem um pequeno prego eu tinha na mão, para furar a onça se ela viesse me atacar. Eu não tinha capa de chuva e nem lona, fui com a roupa do corpo, com um pequeno saco nas costas, onde eu tinha umas poucas roupas e dois quilo de farinha seca de mandioca, a água, eu bebia nas grandes folhas no chão ou nos rios que eu encontrava no meio da mata. Durante a caminhada no meio da mata, eu via muitos animais, mas eu não tinha uma arma de fogo para matar, para mim comer e também, não tinha faca, não tinha fogo e nem sal, talvez muitos de vocês hoje, acha que é loucura, mas eu fazia todas essas coisas naturalmente, eu não fazia para me aparecer, eu não fazia para provar para alguém que eu poderia fazer, as coisas iam acontecendo naturalmente, uma coisa ia puxando as outra. Eu tinha uma rede de dormir comigo, quando estava chegando a noite, eu subia em uma arvore com a minha rede e amarrava uma ponta em um galho e a outra ponta em um outro galho da mesma arvore, há mais de seis metros de altura, porque eu sabia que uma onça que caça a noite, ela pode pular e pegar a sua presa até em uma altura de cinco metros, então, eu sabia que, eu tinha que amarrar a minha rede acima de seis metros de altura, era o que eu fazia todas as noites para mim dormir, eu dormia há mais de seis metros de altura, em uma arvore, para não ser comido de onça. Quando eu ia subir nas arvores para amarrar a rede de dormir, as arvores estavam molhadas e escorregadias, eu sabia que estava correndo um grande risco de cair da árvore e me machucar, assim como a minha rede poderia rasgar ou desamarrar e com isso, fatalmente eu iria cair um grande tombo que poderia até quebrar pernas braços ou costelas, ainda bem que Deus me livrou de todas essas coisas,
porque, se acontecesse um acidente grave comigo lá no meio da selva, dificilmente eu iria conseguir sair vivo da selva. No meio da selva eu ouvia muitos barulhos, que só poderia serem de animais, na hora me dava um pouco de medo, mas logo em seguida, eu sabia que, aqueles barulhos eram de animais e não de homens maldosos e com isso, eu ficava mais tranquilo, veja então, que eu cheguei ao ponto de ter mais medos dos homens do que dos animais no meio da selva amazônica, porque eu sabia, que, dificilmente algum animal iria me atacar, a não ser a onça e a cobra. No meio da mata eu encontrava rios, quando o rio era pequeno, eu jogava os meus documentos e roupas para o outro lado e atravessava o rio nadando, quando o rio era muito largo, que não dava de eu jogar os documentos e roupas para o outro lado, eu tinha que amarrar o saco de roupa na cabeça, incluindo os meus documentos e atravessava o rio nadando, com a cabeça de fora da água, a cabeça erguida no máximo para não molhar as minhas roupas e nem os meus documentos. Quando eu encontrava um rio no meio da mata, eu aproveitava para beber bastante água, porque eu não sabia quando eu iria encontrar um outro rio. Nos rios que eu encontrava no meio da mata, até daria de eu pescar, mas eu não tinha linha, não tinha anzol, não tinha faca, não tinha sal e não tinha fogo. A mata era muita fechada, tinha muita umidade no meio da mata, eu só tinha certeza de duas coisas, que eu não iria morrer de sede e nem de fome no meio da mata, mas para isto, uma pessoa tem que saber a sobreviver no meio da mata. Eu não me preocupava muito em achar comida no meio da mata não, porque o meu objetivo era sair o mais rápido do meio da selva, eu procurava me manter com a farinha que eu estava levando comigo
         No meio da selva amazônica, eu encontrava muitas frutas, mas eram frutas que eu não conhecia, eu tinha medo de comer alguma fruta venenosa, eu ficava com medo de comer alguma dessas frutas desconhecida e começar a passar mal no meio da mata e com isso, eu evitava comer as frutas da mata, eu só comia da minha farinha seca de mandioca, que eu estava levando comigo 
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e ainda, eu tinha que economizar, porque eu tinha levado somente dois quilos da farinha. Praticamente todos os dias chovia, quando não chovia a tarde, chovia na noite. Quando começava a chover, eu não parava não, eu continuava andando no meio da chuva, no meio da mata. No meio da selva, eu mal conseguia ver o sol, tem muita umidade no meio da mata e com isso, as noites ficam frias e eu não tinha blusas e nem roupas grossas de frio, eu sentia muito frio nas noites. Nas noites, quando eu estava dormindo em minha rede, há mais de seis metros de altura, em cima de uma árvore, vinham animais debaixo da árvore em que eu estava dormindo, os quais eu não conseguia ver que animais eram, mas eu tinha certeza de uma coisa, que não eram homens maldosos. Eu cuidava muito bem, do meu pequeno saquinho, onde estava a minha farinha de mandioca, eu sabia que a noite, eu não poderia deixar ele no chão ou em algum lugar baixo, porque, algum animal poderia comer a minha farinha. Um dia, quando eu cheguei perto de um rio, eu encontrei um pequeno filhote de jacaré, ele estava dormindo e não me viu, eu pensei em matá-lo para mim comer, mas eu não tinha faca, eu não tinha fogo, eu não tinha sal e com isso, passei perto dele bem devagar para eu não acordá-lo e fui embora
         Eu passei por uma noite no meio da selva amazônica, que eu considero como uma noite do terror, pelo seguinte: Começou a chover lá pelas cinco horas da tarde, ficou a tarde toda chovendo, eu não tinha guarda chuva e nem capa de chuva, eu não tinha nada para me proteger da chuva, e com isso, eu continuei a minha caminhada debaixo da chuva mesmo, logo começou e escurecer, eu subi na arvore e amarrei a rede para mim dormir, ainda estava chovendo, isto é, eu estava deitado na rede, com a roupa toda molhada, incluindo a minha rede de dormir, que estava toda molhada também, eu não tinha blusa de frio e nem capa de chuva e a chuva não parava, eu ficava tremendo muito de frio e a chuva não parava, a chuva só parou lá pelas nove horas da noite, eu estava com a roupa do corpo toda molhada, a minha rede de dormir também estava toda molhada, eu tremia muito de frio, era noite, descer da arvore eu não podia, tinha medo da onça, já que a onça dorme de dia e sai a noite para caçar. A onça enxerga a noite, assim como os gatos e alem do mais, não dá para andar no meio da mata à noite, por causa da escuridão. Após parar a chuva veio um ataque muito grande de mosquitos pernilongos, eles picavam muito doido, eles atacavam em bandos por todo o meu corpo, eles picavam até a minha nádegas, isto é, eles furavam a minha rede de dormir, furava a minha calça e camisa e assim mesmo conseguia me picar, assim como me picava também em todo o meu rosto e em todo o meu braço, já que eu, não tinha blusa de manga comprida e nem camisa de manga comprida, eles picavam até na minha cabeça, através dos meus cabelos, eu passava a minha mão no braço e matava muitos e com isso, o meu braço ficava todo sujo de sangue, isso chamava mais mosquitos ainda, eu não conseguia ficar parado, tinha que ficar passando a mão em todo o corpo para me livrar dos mosquitos, mas de nada adiantava, porque logo em seguida vinham outros mais, tinha que ficar me coçando o tempo todo, estava com muito frio, pois eu estava com toda a roupa do meu corpo molhada e também e rede de dormir estava molhada, não podia descer no chão, porque era noite e eu tinha medo da onça, fiquei praticamente a noite toda me coçando e me mexendo em cima de uma arvore, a mais de seis metros de altura, sentado em uma rede de dormir, lá pelas cinco horas da manhã, os mosquitos foram embora e com isso, eu peguei no sono, dormi somente uma hora e logo acordei, porque o frio era grande, e vi que, o dia já estava ficando claro e com isso, desci logo da árvore e comecei a minha caminhada no meio da selva, foi uma noite terrível para mim, eu considero como uma noite de terror. Durante o dia, eu estava muito cansado, já que, não tinha dormido nada durante a noite, mas não podia perder tempo, tinha que continuar a minha caminhada no meio da selva, porque queria sair logo do meio da mata e chegar em Porto Velho, em Rondônia
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          Durante a minha caminhada no meio da mata, naquela região, existe um capim que as suas folhas cortam dos dois lados, como se fosse uma faca de dois fios, aquele capim foi terrível durante a minha caminhada, se eu andasse de bermuda, aquele capim me cortava as pernas, se eu colocasse a calça cumprida, ela que estava úmida, por causa das chuvas, a calça me assava tudo o meio da minha perna, não conseguia caminhar no meio da mata, com uma calça cumprida, porque no meio das minhas pernas estava todo vermelho e assado, doía muito, e se eu andasse de bermuda, o capim me cortava toda a perna, eu estava com a perna toda cortada pelo capim e com isso, me deu até íngua, me deu febre e dor de cabeça, por causa dos cortes nas pernas pelo capim e também pela calça cumprida que me machucava no meio das minhas pernas, me causando assadura, e com isso, me deu íngua, febre e dor de cabeça. Eu sabia que eu não podia parar, eu tinha medo de me perder no meio da selva e não conseguir sair mais da mata, ou ficar por muitos dias perdido no meio da mata, sabia que, no meio da mata, não iria passar fome e nem sede, mas também existia o perigo de animais ferozes, tais como: a cobra e a onça. Durante toda a minha travessia no meio da selva, eu só tinha medo de dois animais: que era da cobra e da onça. Eu via muitos animais no meio da mata, mas graças a Deus, eu não vi nenhuma cobra e nenhuma onça também, eu via só as suas pegadas frescas
         Após seis dias de caminhada no meio da selva amazônica, comecei a encontrar pequenos sítios com os seus moradores, pessoas pobres que moravam na região, esses sítios, já ficavam no estado de Rondônia, antes de eu sair fora da mata, próximo de um rio, encontrei dois esqueleto humano, isso me deu mais medo ainda.
        Após sair do meio da selva, logo encontrei a rodovia que ia para Porto Velho, era uma estrada de terra, que tinha muito barro e buracos por causa das chuvas, era muito difícil encontrar um carro que trafegava na estrada e a distancia para Porto Velho era de aproximadamente quatrocentos quilômetros, e com isso, eu tive que andar a pé por vários quilômetros, até conseguir uma carona com um caminhão que ia para a cidade de Porto Velho. Chegando na cidade, eu não tinha parentes e nem amigos na cidade, estava desempregado e com muito pouco dinheiro no bolso. Da cidade de Porto Velho em Rondônia até a cidade de Alta Floresta, no estado de Mato Grosso, onde os meus pais estavam morando, era mais fácil para mim ir, já que, eu poderia pegar caronas. Eu tinha grande vontade de encontrar os meus pais e familiares, para contar todas as coisas que tinham acontecido comigo, incluindo a grande fuga e livramento que Deus me deu, dentro de um navio cargueiro, em que fui para a França e Espanha, mas sabia também, que os meus familiares, sendo todos pertencentes da igreja de Roma, eles não iriam acreditarem no que eu ia falar, acredito que eles iriam me chamarem de louco, assim como até o dia de hoje, eles não acreditam em mim, e as vezes, até me chama de louco e com isso, desisti de procurar os meus familiares. Após eu ter chegado na cidade de Porto Velho, em Rondônia,  não procurei emprego, já que eu não tinha intenção de ficar naquela cidade. Logo a noite chegou, não tinha um local para dormir e também não tinha dinheiro para pagar o quarto de um hotel, na boca da noite, vi uma pequena igreja de crente, onde estava tendo culto, eu que não sabia para onde ir, fiquei próximo da igreja, no final do culto, falei com o pastor, ele logo me chamou para ir dormir em uma casa que a sua igreja tinha alugada, era uma casa simples, mas eu fiquei hospedado naquela casa por três dias. Eu até poderia ter futuro como um pastor naquela igreja, mas eu nunca gostei de me envolver com pessoas que eu não conheço e por tudo que eu tinha acabado de passar, eu também já não confiava em ninguém mais. Eu sabia que eu tinha uma missão a cumprir, mas eu sabia também que a minha missão não estaria em ser um pastor dentro de uma igreja, porque  sabia que tinham muitas coisas erradas dentro das igrejas, coisas que eu não iria aceitar, assim como não aceito no dia de hoje, que muitas coisas tinham que serem mudadas, e se eu me acomodasse 
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dentro de uma igreja, como um pastor, eu estaria sendo simplesmente mais um, e era tudo o que eu não queria, e com isso, procurei não me envolver com a tal igreja, e alem do mais, se eu me envolvesse com alguma igreja, tal como, sendo pastor ou trabalhando em alguma igreja, eu jamais poderia falar alguma coisa contra a tal igreja. Após eu ficar por três dias em Porto Velho, eu resolvi sair da cidade, peguei carona até a cidade de Ji-Paraná, uma cidade no interior do estado de Rondônia, chegando na cidade, sem parentes, sem amigos e sem dinheiro no bolso, logo consegui um serviço em um sitio próximo da cidade, mas eu sabia que eu não poderia ficar naquele local por muito tempo, eu estava somente dando um tempo para a minha vida, porque ali eu tinha um local para dormir e tinha também as minhas refeições nas horas certas, trabalhei nesse sitio por dois meses e logo sai dali, porque sabia, que ali não era o meu lugar. Após deixar o serviço naquele sitio, peguei uma carona em cima de um caminhão, da cidade de Ji-Paraná em Rondônia, até Cuiabá, capital de Mato Grosso, nessa carona que peguei em um caminhão, até Cuiabá, o caminhão estava levando um grande motor para ser consertado em Cuiabá, o caminhão ia viajar a noite toda, eu estava em cima da carroceria do caminhão, a noite estava muita frio, eu não tinha roupa de frio, a distancia é de aproximadamente quinhentos quilômetros até Cuiabá, a estrada tinha muito buracos, a noite, o caminhão batia em muitos buracos na estrada e eu cansado e com sono, me deitei na carroceria do caminhão, bem próximo de um grande motor que estava em cima da careceria do caminhão, o qual estava sendo levando para ser consertado em Cuiabá, eu ficava deitado na carroceria do caminhão, sem colchão e nada de proteção para eu deitar em cima, o frio era muito grande, já que o caminhão estava viajando a noite toda e eu estava em cima da carroceria sem nenhuma blusa ou proteção contra o frio, eu ficava deitado ao lado do grande motor, mas eu não conseguia dormir, por causa de muitos buracos na estrada e com isso, a caminhão pulava muito quando ele caia nos buracos da estrada, mas eu continuava deitado no assoalho do caminhão, logo começou um vazamento de oleio do motor que estava sendo levado para consertar em Cuiabá e eu não vi, aquele óleo do motor foi entrado por debaixo de mim e da minha roupa, já que eu estava deitado no assoalho do caminhão, bem ao lado do motor, eu não vi o óleo que estava vazando do motor, estava à noite, estava muito escuro, estava muito frio, eu estava sentindo tanto frio, que eu não conseguia me mexer, mas eu continuava ali deitado ao lado do motor e não estava vendo o óleo do motor que estava vazando e entrando debaixo do meu corpo e da minha roupa, eu estava sentindo o frio cada vez maior, o meu corpo estava todo congelado, eu estava sentindo uma grande dor nos meus ossos, por causa do grande frio, o meu corpo estava todo congelado, já que estávamos viajando a noite toda, eu estava deitado em cima da carroceria aberta de um caminhão e sem nenhuma blusa ou proteção contra o frio. Eu estava sentindo um grande frio deitado ao lado daquele motor, que todos os meus ossos estavam doendo, mas quando eu passei a mão debaixo do meu corpo, foi ai que eu notei, que eu estava deitado em cima do óleo que tinha vazado do motor, a minha camisa e a minha calça ficaram todas molhadas de óleo, eu troquei a camisa e a calça, mas o meu corpo estava todo molhado de óleo, e eu viajando em cima da carroceria de um caminhão, não tinha como eu limpar o meu corpo e nem como tomar banho, e eu continue viajando com muito frio em cima daquele caminhão a noite toda. Eu acredito que Deus tenha me livrado mais uma vez da morte, porque eu poderia ter morrido de frio, que é a hipotermia do corpo, quando o nosso corpo fica abaixo da temperatura ideal para o nosso corpo. Após eu chegar em Cuiabá, eu estava bem próximo da casa do meu pai, que morava em Alta Floresta, uma cidade do interior do estado de Mato Grosso, eu tinha vontade de encontrar os meus pais e familiares, para lhes contarem como Deus tinha me livrado das mãos dos meus inimigos lá em Belém do Pará, mas logo desisti, porque eu sabia que eles não iria 
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acreditarem e até me chamarem de louco ou de perturbado e eu também, não tinha nada a fazer naquela cidade em que os meus pais estavam morando e com isso, eu vim para a cidade de Maringá. Chegando aqui na cidade de Maringá, o meu dinheiro tinha acabado, eu não tinha amigos e nem parentes morando aqui, eu tive que dormir duas noites em cima de papelão ao lado do estádio de futebol, já que, eu tinha vergonha de pedir ajuda e era muito difícil na época, conseguir um emprego, sendo uma pessoa estranha e sem carteira de trabalho e com um saco de roupa nas costas. Mas após procura, consegui arrumar serviço em uma borracharia, eu nunca tinha trabalhado em uma borracharia, mas no momento foi o serviço que eu encontrei para mim trabalhar
       O meu irmão mais velho, ele não estava mais morando em Manaus, ele veio para a cidade de Assis Chateubriand, uma cidade do interior do Paraná e trocou uma chácara que ele tinha em uma carreta, eu fique dois meses trabalhando com o meu irmão como carreteiro, aprendi a dirigir carreta, mas eu sabia que, ser caminhoneiro, ficar andando pelas estradas, isso não era para mim, sabia também que Deus tinha um plano em minha vida e se eu continuasse trabalhando com o meu irmão de carreta nas estradas, eu não teria como cumprir a minha missão, a qual eu nem sabia qual era. Chegando aqui na cidade de Maringá novamente, voltei a trabalhar em uma borracharia novamente, após eu trabalhar por dois anos como empregado, eu montei a minha própria borracharia, eu não gostava de trabalhar em borracharia, mas eu não tinha uma outra escolha, eu não tinha outra opção de serviço
    Quando eu cheguei aqui na cidade de Maringá, que eu montei a minha própria borracharia, eu estava trabalhando na borracharia, mas eu sabia que Deus tinha um plano especial em minha vida, que eu tinha uma missão a cumprir aqui na terra, isso porque, eu não tinha paz dentro de mim. Eu tinha muita magoa das pessoas que me caçaram e me perseguiram lá em Belém do Pará e com isso, quando eu montei a minha borracharia, ao lado da borracharia, sempre tive uma placa, escrito assim: A VINGANÇA PERTENCE A MIM (Deut.32-35), eu queria me vingar das pessoas que me caçaram e me perseguiram lá em Belém do Pará, mas eu não sabia como, muitos viram essa placa na época e são testemunhas disso, eu sabia que alguém tinha que pagar por tudo aquilo que eu tinha passado em Belém, que não iria ficar de graça não, mas eu entreguei tudo nas mãos de Deus. Se hoje, estou destruindo os pastos dos pastores, conforme vemos em Jeremias 25-36 e Zacarias 11-3, que são os dízimos e ofertas, acredito que é a vingança da minha placa, que eu tinha em minha borracharia. Bem no inicio, onde que, na placa, estava escrito assim: A vingança pertence a mim (Deut.32-35), agora você poderá falar assim: mas lá em Belém, quem te perseguiu são outras pessoas e não os pastores, só que, essas pessoas em Belém, tinham o espírito maligno, o satanás em seus corpos e com isso, o satanás me conhecendo, sabendo desde já, o que eu iria fazer aqui em Maringá, o satanás jogava aquelas pessoas contra mim e hoje também, o satanás está sobre muitos pastores e joga esses pastores contra mim, são os pastores que não tem amor pela verdade, são os pastores que querem esconderem a verdade do povo, são os pastores que não apascentam as ovelhas do Senhor Jesus. Vejam então que, o espírito maligno que estava sobre aquelas pessoas que me caçava e me perseguia em Belém do Pará, é o mesmo espírito maligno que está sobre muitos pastores, como conhecê-los? são todos os que são contra eu, se você é um pastor e acha que você não esta nesse grupo de pastor, mas porem, você nunca teve a humildade de me procurar para fazer um estudo bíblico comigo e descobrir a verdade, então, eu posso falar que você é farinha do mesmo saco, isto é, pertence ao grupo dos pastores que são contra a verdade, que são contra a verdadeira Doutrina Cristã, isto é, não querem que a verdadeira Doutrina do Senhor Jesus seja praticada aqui na terra, mas para que, aos que hão de se salvarem, a verdade esta sendo aberta e revelada                           
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     Quando eu comecei a trabalhar na borracharia aqui em Maringá, por tudo o que eu tinha passado, por todos os sofrimentos e provações que eu tinha passado, você acha que eu deveria passar por este mundo calado? Eu sabia de uma coisa, que alguém tinha que pagar a conta, sabia que Deus tinha um plano especial em minha vida, sabia que eu tinha uma missão a cumprir aqui na cidade de Maringá, porque após chegar aqui na cidade de Maringá, nunca mais tive vontade de ir para uma outra cidade, passei a aceitar Maringá como a minha cidade para morar, passei a me sentir bem em Maringá e com isso, pensei assim: se Deus tem algum plano em minha vida, se tenho alguma missão a cumprir aqui na terra, acredito que seja aqui na cidade de Maringá, e com isso, nunca mais tive vontade de ir morar em outra cidade. Após ter paz aqui na cidade de Maringá, eu tinha encontrado a cidade que tanto andava procurando, tinha encontrado a cidade certa, mas porem, não sabia qual era a minha missão. Eu não tinha nenhum conhecimento da Bíblia e com isso, comecei a estudar a Bíblia, já que, não tinha nenhum conhecimento  bíblico, nunca fiz nenhum curso bíblico e seminários, também nunca tinha lido livros sobre religião, a não ser a própria Bíblia, que é a fonte de água viva. Após eu começar a ler a Bíblia, eu fui entendendo tudo claramente, quanto mais eu lia, mais eu entendia e quanto mais eu entendia, mais eu queria entender e ler, e através desse entendimento que Deus estava me dando, comecei fazer comparações do que estava escrito na Bíblia e das coisas que  ouvia os pastores falarem. Logo de inicio no meu estudo da Bíblia, já entendi sobre o Armagedom que virá sobre o povo de Israel, a prova disso, está nas primeiras cartas minhas aos pastores, já explicando sobre o Armagedom, tenho copia aqui em casa de todas as cartas que  escrevi aos pastores. Após ler a Bíblia por quatro vezes, do inicio até o fim, a Bíblia entrou em minha mente e no meu coração e com isso, tenho ela dentro da minha mente e dentro do meu coração, até o dia de hoje, isto é, se alguém falar sobre um assunto, eu sei se está escrito na Bíblia sim ou não. Após Deus ter me dado o entendimento, sabia que eu tinha que falar e a única forma que eu tinha de falar, era escrevendo cartas aos pastores. No inicio eu escrevia as cartas com o próprio punho, na mão mesmo, logo em seguida eu comprei uma maquina de escrever manualmente e fazia as cartas através dela, na qual, eu escrevia uma carta e fazia aproximadamente oitenta copias da mesma carta e distribuía nas igrejas e ultimamente, comprei o computador, o que me ajudou em muito no meu trabalho. Bem no inicio, quando  comecei a escrever cartas para os pastores, eu recebia muitas provocações,  recebia muitas ameaças e todas as portas foram fechadas para mim, porque no momento que eu comecei a contradizer os pastores e os padres, eles começaram a me chamarem de inimigo e com isso, eles jogavam todo o povo, católicos e crentes, todos me consideravam e passaram a me tratarem como um inimigo e com isso, todas as portas foram fechadas para mim, as coisas tem sido muito difícil para mim nesses dez anos aqui na cidade de Maringá, mas pelo estudo que eu tinha feito na Bíblia e segundo o entendimento e sabedoria que Deus estava me dando, eu via que os ensinamentos dos pastores ao povo estavam completamente errado, eu via e vejo até hoje, que a Doutrina Cristã não estava e não esta sendo praticada. Sei que muitas cartas minhas aos pastores foram um pouca agressiva, mas isso foi pelas provocações e ameaças que eu recebia no inicio, isto é, eu pensava assim: Quanto vocês mais me provocam ou mais me ameaçam, mais eu falo, mais eu escrevo 
     Eu sempre ouvi os pastores falarem em seus ensinamentos ao povo, que haverá uma cidade chamada de nova Jerusalém no céu, após a nossa morte, na vida eterna e Espiritual, mas com o conhecimento e sabedoria que Deus me deu, eu logo de inicio, eu entendi que a nova Jerusalém só vai existir durante o milênio da restauração aqui na terra, que são os mil anos em que o satanás  ficará preso, conforme vemos em Apocalipse 20-2 e 20-3, em que diz: Para que o satanás não engane mais as nações, já que hoje, as nações estão sendo enganada pelo satanás. Os mil anos em 
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que o Senhor Jesus vai reinar aqui na terra (Apoc.20-6). Os pastores falavam que a nova Jerusalém, vai existir no céu, na vida eterna e Espiritual, mas em Apoc.3-12 e Apoc.21-10, vemos que a nova Jerusalém descerá do céu já pronta, e virá para a terra junto com os homens (Apoc.21-3). Logo de inicio, nos meus estudos da Bíblia, com o conhecimento e sabedoria que Deus me deu, eu entendi também que Deus vai restaurar o povo de Israel, em cima desta terra ainda, e com isso, eu vi que, muitas coisas que vão acontecerem durante o milênio da restauração, os pastores ficavam falando que vão acontecerem no céu, na vida eterna e Espiritual. Eles sempre ficaram contra eu, mas nuca tiveram a humildade de me procurar e fazer um estudo bíblico junto de mim. Dou um exemplo: em Isaías 66-23, fala que, de uma lua nova até a outra, de um sábado até o outro, todas as carnes adorarão ao Senhor, vejam bem, que aqui em Isaías 66-23, fala que todas as carnes adorarão ao Senhor, isso nunca aconteceu desde que o mundo foi feito, de todas as carnes adorarem ao Senhor, hoje, todas as carnes não adoram ao Senhor, no céu, na vida eterna e Espiritual, não vai existir carne e sangue, foi o que o Senhor Jesus disse em: Mateus 22-30. Marcos 12-25, que no céu, na vida eterna, não se casa e nem se dá em casamento, que seremos iguais os Anjos que estão no céu e os Anjos do céu, não tem um corpo feito de carne e sangue como o nosso. O Senhor Jesus, falou que, carne e sangue não herdarão o reino do céu (1Cor.15-50), isto é, não vão para o céu, só o nosso Espírito que é eterno, que vai para o céu, então, quando eu lia em Isaías 66-23, que todas as carnes adorarão ao Senhor, eu logo já entendi, que todas essas coisas acontecerão durante o milênio da restauração, os mil anos em que o satanás estará preso (Apoc.20-2), os mil anos em que o Senhor Jesus reinará aqui na terra (Apoc.20-6) e não no céu, na vida eterna e Espiritual e com isso, eu comecei a escrever cartas aos pastores, das quais, eu tenho copias de todas até o dia de hoje
         Hoje eu entendo que eu tenho falado por parábola aos pastores aqui em Maringá, pelo seguinte: desde o inicio, eu entendi claramente as profecias, se cumprindo o que fala em Jeremias 23-20 e Jer.30-24, onde fala, que no fim dos dias, que são os nossos dias atuais, iremos entendermos claramente, foi o que aconteceu comigo, que logo de inicio eu entendi as profecias claramente, tais como: A restauração do povo de Israel, o Armagedom e sobre o novo céu  e sobre a nova terra também, entre outras coisas mais e se eu tivesse logo de inicio escrito um livro, no qual eu poderia colocarem todas as coisas logo de inicio, ficaria muito fácil dos pastores e lideres religiosos aprenderem, mas no momento em que eu escrevia cartas, em cada carta um assunto, para os pastores entenderem claramente, eles teriam que terem a humildade de lerem todas as cartas e fazerem comparações de uma carta para com a outra, e com isso, eles iriam verem que a Bíblia tem uma historia completa, com um inicio, um meio e um fim, mas no momento em que eu ficava escrevendo as cartas, eu ficava falando aos poucos e por muitos deles não terem a humildade de lerem e ajuntarem todas as cartas, foi como, eu falar em parábola para eles, já que muitos deles rasgavam as cartas em minha frente, já me condenaram logo de inicio, mostrando que não são homens sábios, já que em Jô 12-11, ele fala que o ouvido prova as palavras. Você não pode falar que uma pessoa esteja errada, só porque as explicações dela estão diferente das suas, você não pode falar que uma pessoa esteja errada, só porque você não entendeu as explicações e não teve a humildade de procurar a pessoa para pedir maiores explicações. Muitos falsos pastores e lideres religiosos, pensam assim: Se está errado, deixa assim mesmo, vamos seguirmos a tradição e o costume
      Quando comecei a estudar a Bíblia eu logo de inicio, comecei a fazer comparações entre a vida eterna e Espiritual no céu e a vida carnal, na carne, aqui na terra, isto é, das coisas que tem aqui em cima desta terra, para um homem com um corpo na carne, com a vida Espiritual no céu, tal como: Quando eu lia em Isaías 66-23, onde fala que todas as carnes adorarão ao Senhor, logo de inicio, fiz a seguinte comparação: Desde o inicio que o mundo foi feito, nunca todas as carnes adoraram ao Senhor, hoje todas as carnes não adoram ao Senhor, então isso, só poderá acontecer em cima desta terra ainda, eu também sabia que o satanás ficará preso por mil anos, para que não engane mais as nações (Apoc.20-2 e 20-3) e através destas comparações na Bíblia, eu logo entendi, a restauração do povo de Israel, incluindo todo o mundo e com isso, eu comecei a fazer comparações de tudo  o que os pastores vinham ensinando ao povo, e com isso, eu ficava escrevendo as cartas aos pastores, no qual,  escrevia uma carta, fazia aproximadamente oitenta copias desta carta, e saia colocando as cartas nas caixinhas do correio ou em baixo das portas, ao todo, escrevi aproximadamente 180 cartas aos pastores aqui em Maringá, das quais, eu tenho copias de todas.
   Durante dez anos escrevendo cartas aos pastores aqui em Maringá, no momento em que falei, que o dizimo é fraco e inútil (Hebreus 7-18), nesse momento, não  consegui agradar os pastores e nem os padres, não consegui agradar crentes e nem católicos, eu me senti como se o mundo todo estivesse se voltado contra mim, porque, no momento em que um pastor me chama eu de inimigo, dentro de uma igreja, o povo que não tem entendimento bíblico, ele acha que é verdade, que sou um inimigo. Eu até posso ser inimigo dos pastores, mas isso, não significa que eu sou inimigo de Deus, é isso que o povo não entende e nunca entendeu. No momento que um pastor me chama eu de inimigo, ele esta jogando os seus fiéis contra mim, e com isso, esses fieis, se tiverem uma bicicleta quebrada, não vem consertarem comigo, o que não deixa de ser uma forma de preconceito, assim também, no momento em que os padres me chama de inimigos, o povo católico que não tem o entendimento, passa a me considerar como um inimigo e com isso, vem o preconceito, mas isso não significa que eu sou um inimigo de Deus, isso não significa que eu esteja errado e com tudo isso, durante esses dez anos, eu sempre me senti como se todo o mundo estivesse contra mim, só tenho sido tratado como um inimigo e encontrado todas as portas fechadas
      Se o mundo inteiro estiver falando que, dois mais dois é cinco e logo em seguida vem uma grande prostituta e fala assim, olha: Dois mais dois não são cinco, mas sim, são quatro, aqui, dois mais dois, não vai deixar de ser quatro, só porque esta sendo falado por uma prostituta, a prostituta esta certa, a prostituta esta com a verdade e está escrito que, nada podereis contra a verdade, senão a verdade e com isso, se vier todo o mundo contra a prostituta, assim mesmo ela sairá vencedora, porque: Nada podereis contra a verdade, senão a verdade
        Eu acredito assim: Deus precisava de um para falar aqui na terra, para os pastores e ao povo, Ele olhou para a terra e viu que todos os pastores estão ligados a uma denominação religiosa, estão ligados as placas das suas igrejas, tem compromisso com os fundadores das suas igrejas, com o dono da sua igreja, que não é o Senhor Jesus, isso Deus teve que pegar um de fora, isto é, Deus teve que pegar um fora do sistema religioso atual para falar, assim com se vê no dias de hoje, isso porque, as profecias estavam fechadas e seladas, conforme vemos em Daniel 12-9, mas em Jeremias 23-20 e Jeremias 30-24, fala que nos fim dos dias, que são os nossos dias atuais, iremos entendermos claramente.      
  
    E-mail: bentomaringa@bol.com.br      -     Bento Bevilacqua 

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